Delegação da entidade regional busca experiências de Turim para reverter em parcerias por meio da União Europeia
Comitiva do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, encabeçada pelo vice-presidente da entidade e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), composta também por servidores técnicos das prefeituras associadas, realizou ontem a primeira etapa de audiências em Turim, no Noroeste da Itália, na busca por viabilizar linhas de crédito junto à União Europeia que possam ser revertidas em investimentos na área de Mobilidade Urbana. O grupo mira experiências bem-sucedidas na cidade considerada industrial para concretizar projeto de implantação de um Centro de Controle Operacional na região.
“A ideia é ter acesso à linha de crédito para implementação de sistema integrado, que financiaria central de monitoramento único das sete cidades, com sincronização de bilhetagem, semafórica, com o mesmo cartão entre os modais (trem, ônibus). Seria um ganho de qualidade. Isso é possível e funciona”, pontuou Paulo Serra, que no período da manhã visitou, ao lado da delegação do Consórcio, a central da 5T (Telematic Technologies Transport Traffic Torino) para conhecer as tecnologias destinadas à regulamentação do transporte na cidade. A missão internacional deve prosseguir até sexta-feira.
Caso o acordo seja firmado com a União Europeia, estima-se que o Consórcio possa captar linha de crédito no valor de até 30 milhões de euros, o equivalente a quase R$ 130 milhões. “Agregar tudo em um sistema integrado é realidade em Turim, que possui um sistema bem avançado, é exemplo neste ponto. Todos os modais são controlados pelo mesmo programa de bilhetagem. Eles investiram muito em infraestrutura e transporte”, alegou o prefeito tucano, ao mencionar que a cidade italiana passou, recentemente, por processo de desindustrialização, cenário semelhante com o vivenciada pelo Grande ABC na década de 1990.
A declaração do tucano refere-se, principalmente, à saída da sede da Fiat, empresa que era símbolo industrial da cidade, inclusive no nome (Fabbrica Italiana di Automobili Torino). Depois de 115 anos de criação, a montadora fincou residência fiscal – matriz – no Reino Unido e base na Holanda. “A cidade encolheu. Tinha mais de 1 milhão de habitantes e hoje diminuiu em quase 200 mil pessoas. Eles fizeram processo de recuperação, plano de urbanismo. Conseguiram reinventar o perfil econômico, a sua vocação depois de um longo período de era (majoritariamente) industrial”, avaliou o chefe do Executivo andreense.
Turim, que já foi a capital da Itália e serviu de residência da família real, forma o que foi denominado triângulo industrial junto com Milão e Genova, e é a terceira mais rica do país, atrás de Roma e Milão. A agenda de hoje na cidade, na parte da manhã, contabiliza audiência com a prefeita de Turim, Chiara Appendino, além de secretários municipais (de Inovação e Transporte) e deputados. À tarde, haverá visita a centro politécnico, espécie da existente na USP (Universidade de São Paulo).
Esta é a segunda parte do encontro internacional. Uma delegação de Turim esteve na região entre o fim de fevereiro e começo de março, iniciando o plano de parceria, no âmbito do intercâmbio financiado pelo Programa Internacional de Cooperação Urbana.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.