Memória Titulo
E o 14º congresso chega ao fim... Por que não a Sala Rio Grande da Serra?
Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
12/11/2017 | 07:00
Compartilhar notícia


A matéria de hoje e a que será publicada amanhã nasceram de uma conversa com o pesquisador Octavio David Filho, durante a última reunião preparatória ao Congresso de História.

Rio Grande da Serra, novembro, 2017. A data já está nos anais da memória do Grande ABC. A cidade abrigou o 14º Congresso de História do Grande ABC. E na manhã deste domingo, os inscritos fazem uma viagem de ônibus pelos pontos históricos e turísticos da cidade.

É o terceiro e último dia do congresso. Já às 8h tem trilha e rapel no bairro da Pedreira. O passeio começa às 9h no Creb Mário Covas, à Rua Progresso, 251, a poucos metros do Teatro Municipal.

No Creb está o bondinho famoso da pedreira, restaurado. Dali os congressistas visitarão pontos como a Capela São Sebastião, também restaurada, estação ferroviária, casa dos Castelucci, Biquinha Matarazzo, Parque Linear, pedreira e casa e praça do Artesão.

Documentação social. Documentação administrativa

Da Carta Menção do congresso falaremos durante a semana. Por ora, esta página Memória defende que Rio Grande da Serra semeie o Acervo Histórico Municipal. Nada suntuoso.

Pode-se seguir o exemplo de São Bernardo, hoje com uma seção de pesquisa e documentação excelente, mas que começou com a Sala São Bernardo, no interior da Biblioteca Municipal Monteiro Lobato. Sugerimos, pois, a Sala Rio Grande da Serra, que abrigue as documentações social e administrativa do município.

A documentação social pode começar com os anais do 14º Congresso de História. Previa-se a gravação de todas as falas. Que as gravações sejam transcritas e postas à disposição dos interessados da sala a ser criada.

E a documentação administrativa? Temos uma ideia: que sejam reunidas as plantas originais dos primeiros loteamentos da cidade. E onde estão estas plantas?

Oswaldo Salles Cunha. O legado deixado

Em 2000, Memória entrevistou Oswaldo Salles Cunha, em sua casa, no Centro de Ribeirão Pires. Aquela entrevista rendeu três grandes reportagens, todas focadas em Rio Grande da Serra e na sua urbanização.

Salles, como era chamado – alguns o chamavam de “Dr. Salles” – lembrou dos mais de 20 loteamentos que abriu em Rio Grande da Serra e de outros 30, administrados por sua imobiliária.

Oswaldo Salles Cunha guardava uma documentação importantíssima. Um exemplo: plantas como as das vilas Figueiredo, Lavínia, Niwa, Tsuzuki, Conde Siciliano, Recanto das Flores e Jardim Guiomar foram por ele próprio desenhadas, a nanquim.

As plantas originais foram mantidas por ele. A Prefeitura ficou com as cópias, felizmente, já que a municipalidade não as guardou.

Na época da entrevista, disse-nos o entrevistado, Dario Belo, diretor da Prefeitura, entrou em contato com ele, que se comprometeu a ceder cópias das plantas à municipalidade.

Dezessete anos depois, a viúva Salles informou ao pesquisador Octavio David Filho, da Fundação Pró-Memória de Ribeirão Pires, que, de fato, alguém de Rio Grande da Serra entrou em contato com a família, ficando não com as cópias, mas com toda a documentação original.

Ou seja: é possível que o acervo criado e mantido por Oswaldo Salles Cunha já esteja com a Prefeitura. Basta localizar este material importante e com ele criar a Sala Rio Grande da Serra, semente do futuro Acervo Histórico Municipal – ou será que a Prefeitura de Rio Grande da Serra, pela segunda vez, e agora definitivamente, perdeu este acervo valiosíssimo?

NOTAS
Quando da entrevista com Oswaldo Salles Cunha, em 2000, fomos presenteado por ele com cópias de alguns documentos importantes, que colocamos à disposição da futura Sala Rio Grande da Serra.

Entre os documentos está um mapa do Rio Grande da Serra, na escala 1: 20.000, idealizado pelo próprio Oswaldo Salles Cunha em 1972.

No mapa são destacados o Jardim Joaquim Eugênio de Lima (pintado em azul) e a Fazenda São Joaquim (pintada em vermelho), de tempos imemoriais.

Aparecem, também, os vários loteamentos abertos e administrados pelo saudoso senhor Salles.

OSWALDO SALLES CUNHA
(São Paulo, SP, 6-8-1921 – Ribeirão Pires, 6-8-2011)
Filiação: Horácio de Salles e Pamila Elizabete Steagalli Cunha
Viúva: Maria Ada Salles Cunha
Filha: LiliaRita Salles Cunha
Sepultamento: Cemitério Congonhas, na Capital.

NOTA – Loteador de tantos bairros em Rio Grande da Serra, o senhor Salles não foi lembrado, até agora, para dar nome a algum logradouro público local.
Pesquisa: Octavio David Filho

AMANHÃ EM MEMÓRIA
Um raro manuscrito de Oswaldo Salles Cunha

Diário há 30 anos

Quinta-feira, 12 de novembro de 1987 – ano 30, edição 6597
Manchete – Presidente Sarney considera inimigo quem apoiar quatro anos para a duração do seu mandato. Ele queria – e conseguiria – cinco anos.

Movimento Sindical – Metalúrgicos da linha Santo André a Rio Grande da Serra aceitam proposta da Fiesp e encerram greve: receberão 15% de antecipação salarial.

São Caetano – Trânsito muda e divide opiniões. Inversão de trecho da Rua João Pessoa, a mais criticada.

Mauá – Delegacia de Ensino realiza a 1ª Jornada de Estudos no Anfiteatro Hans Grudzinski.

Futebol – Felipe Cheidde, presidente do EC São Bernardo, obtém liminar e adia eleições para escolha do novo presidente da Federação Paulista de Futebol. José Eduardo Farah era o candidato da situação, apoiado pelo presidente José Maria Marin; a oposição articulava uma chapa.

Polícia – Rapaz é executado em ponto de ônibus no Jardim Irajá, em São Bernardo.

Em 12 de novembro de...

1917 – A revolução russa. Do noticiário do Estadão: os partidários de Lenine fecharam dois jornais conservadores em
Moscou e estão vigiando as vias de comunicação e os telégrafos.
Nova York – Corre nos círculos diplomáticos que nenhum dos governos aliados reconhecerá o novo governo russo.

Santos do dia
Josafá Kuncewycz
Cuniberto
Livino

Hoje
Dia do Psicopedagogo
Dia do Supermercado
Dia Nacional de Prevenção de Arritmias Cardíacas e
Morte Súbita 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;