O governo do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), antecipou o pagamento do 13º salário para os 21 mil servidores ativos e inativos da administração direta. A quitação, que aconteceria em duas etapas, agora será efetuada no dia 15 de novembro, de uma única vez. Segundo estimativas do Executivo, o impacto financeiro será de R$ 41 milhões nas contas do Paço.

Anteriormente, o pagamento do 13º salário para os servidores ativos acontecia em duas fases: a primeira acertada até o dia 30 e o restante no dia 15 de dezembro. Para os inativos, as quitações do benefício ocorriam até o dia 30 de junho e também no dia 15 de dezembro.

“Conseguimos antecipar graças ao ajuste econômico e à política de austeridade que implementamos desde o primeiro dia na Prefeitura. Cortamos carros oficiais, celulares corporativos, revisamos contratos, principalmente o da coleta de lixo e do fornecimento de merenda. A arrecadação não melhorou, mas equilibramos as contas para poder prestigiar o servidor”, disse Morando. “Sei que não demos todos os benefícios que gostaríamos ainda, mas estamos nos esforçando para prestigiar o servidor público de São Bernardo”, emendou. Nas contas do governo, nos 100 primeiros dias de gestão foram economizados R$ 102 milhões.

O tucano citou também a negociação com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo. A administração ofereceu reajuste de 2% aos salários dos trabalhadores, proposta rejeitada pela categoria.

“Reconheço que é pouco, mas é o possível pelo momento. Há prefeitura pelo Estado que não consegue sequer pagar em dia o funcionário. Isso eu garanto que não vai acontecer em São Bernardo”, afirmou o chefe do Executivo, lembrando que herdou R$ 200 milhões em restos a pagar da administração de Luiz Marinho (PT) em meio à queda na arrecadação municipal. “Temos todo respeito aos servidores. É difícil, mas não impossível rever essa situação (do reajuste) até o fim do ano.”

Presidente do Sindserv, José Rubem disse que a Prefeitura poderia “ter mantido o cronograma de pagamento do 13º salário, em duas parcelas, mas garantir o abono de Natal”. “É um benefício que o servidor de São Bernardo recebe há 30 anos. Começou com cestas de Natal, depois com dinheiro. O prefeito sempre reforça que teve uma herança maldita, que está em crise, mas a categoria está achatada. Acredito que o melhor seria se esforçar para garantir esse abono”, sustentou o dirigente.

Como o Sindserv rejeitou a última proposta feita pela administração, de 2%, os funcionários aprovaram judicializar o caso. O pedido de aumento salarial tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública do município.