Transporte público com preço justo, menos emissão de poluentes e mais precisão no cumprimento de horário. Com essas propostas em mente, dez jovens universitários iniciam, nesta semana, ambicioso projeto para melhoria do atual sistema de ônibus intermunicipais da Região Metropolitana de São Paulo, incluindo linhas que circulam pelo Grande ABC.

Finalistas da Maratona de Inovação 2017, promovida em conjunto entre EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e Isistec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), os jovens universitários irão desenvolver, ao longo dos próximos seis meses, protótipos de soluções em transportes envolvendo temáticas de aplicativos, sistemas, negócios e inovação. “Todos esses estudantes, divididos em três grupos, tiveram seus projetos aprovados no mês passado. A partir de agora eles terão livre acesso a um laboratório de experimentos, onde terão apoio de mentores da empresa e de docentes da universidade para tirar do papel essas ideias”, explica Renata Veríssimo, coordenadora do Núcleo de Parcerias + Inovação da EMTU.

Dentre os projetos desenvolvidos pelos universitários está a implantação de sistema de bilhetagem com tarifa fracionada. Neste caso, a proposta é que o valor cobrado nos coletivos seja determinado pelo trecho percorrido pelo passageiros. Ou seja, quanto menor o trajeto, mais baixa será a tarifa em relação ao preço cheio. Para efetivar o projeto, estudantes projetam reaproveitar o sistema do Cartão BOM (Bilhete de Ônibus Metropolitano) utilizado em linhas intermunicipais. “Seriam necessárias somente a instalação de catraca na parte traseira dos coletivos e sistema para que as bilhetagens se conversem, processo que iremos nos dedicar agora”, explica o aluno Felipe Carvalho, 20 anos.

O controle de poluentes emitidos por coletivos, hoje um dos principais vilões do meio ambiente, também integra o projeto. Para isso, jovens universitários propõem o controle diário dos níveis de poluição dos coletivos. Os dados seriam emitidos por meio de dispositivo instalado nos veículos, o que geraria relatórios individuais de cada ônibus. A proposta é que o projeto complete o já existente programa ConscientizAR, criado para reduzir a emissão de poluentes dos ônibus, mas que no momento não tem esse controle diário.

Por fim, ainda está sendo desenvolvido projeto para armazenamento de dados coletados por GPS (sigla em inglês para sistema de posicionamento global) já instalados nos coletivos. A ideia é que usuários tenham mais precisão de horários de linhas intermunicipais.