Depois de dois meses de polêmica, os vereadores de Santo André finalmente aprovaram, na sessão de terça-feira, o convênio com São Bernardo para permitir que as obras viárias daquela cidade atinjam também parte do território andreense. O prefeito William Dib (PSB) só precisa agora que o Senado avalize o financiamento de US$ 254 milhões, já aprovado junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), para assim desatar todos os nós burocráticos que atrasam o início das obras.

Um dos maiores críticos do convênio, o vereador Jurandir Gallo (PT), disse que o que existia entre os parlamentares de Santo André era uma série de dúvidas, principalmente em relação ao viaduto da avenida Prestes Maia, projetado para terminar na altura da Faculdade de Medicina do ABC. “Recebemos e analisamos os desenhos da obra. Vimos que entre o que se ganha e se perde, o saldo é positivo”, afirma o petista.

As perdas são o posto comunitário de policiamento, instalado hoje no meio da avenida, bem no local onde terminará o viaduto, e o acesso livre da avenida ao centro de negócios da favela Sacadura Cabral. “O posto está ali porque havia perigo de assaltos naquele cruzamento, que deixará de existir com o viaduto, por isso pode ser reaproveitado em outro local. Quanto ao centro de negócios, a perda é mínima porque poucos usuários da avenida compram ali”, avalia Gallo.

Para o vereador, a região ficará mais bonita, “ainda mais quando a parte da avenida Lauro Gomes em Santo André for feita por esse governo. É uma das prioridades”. No entanto, o petista lembra que, com as obras em São Bernardo, o aumento de fluxo de carros na parte andreense da avenida será um problema para a cidade. “Para resolver, as obras são caras e Santo André não tem as mesmas condições de São Bernardo de contrair dívidas junto ao BID”, explica Gallo.

O presidente da Câmara de Santo André, Luiz Zacarias (PL), conta que as dúvidas técnicas do projeto foram esclarecidas pelos governos das duas cidades e por isso a votação transcorreu sem oposição. “Era uma matéria autorizativa. A Prefeitura de Santo André nem precisaria do aval da Câmara para realizar o convênio”, afirma.

A proposta de convênio aprovada permite que as intervenções viárias de São Bernardo, financiadas pelo BID, atinjam parte do território andreense. São cerca de R$ 40 milhões de investimento em obras, sem a necessidade de contrapartida da Prefeitura de Santo André. Um convênio semelhante foi firmado no começo do ano entre São Bernardo e Diadema, para viabilizar as obras programadas para a região da favela Naval. No total, as intervenções viárias irão consumir US$ 254 milhões, sendo US$ 144 milhões do BID e US$ 110 milhões da Prefeitura.