As vendas de veículos zero-quilômetro no Brasil apresentaram crescimento na primeira metade deste mês, mesmo com as medidas recém-adotadas pelo governo federal para desestimular o financiamento de longo prazo no segmento.

Segundo dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), com base nos números de emplacamentos do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram comercializados nos primeiros 15 dias úteis 186.270 unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Esse volume é 9,7% maior que o registrado no mesmo período de novembro e 40,7% acima do observado no início de dezembro do ano passado.

Para o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado de São Paulo), Octávio Vallejo, o desempenho melhor que no mês passado reflete, em parte, o fato de que muitos consumidores estão com dinheiro na mão, com o recebimento do 13º salário. "Além disso, há montadoras que estão bancando as vendas de 72 a 80 meses em feirões", afirmou.

De acordo com as medidas adotadas pelo governo para as vendas com prazo superior a 60 meses, os bancos agora têm de fazer reserva de capital 50% maior, a partir deste mês. Antes, para cada R$ 100 emprestados, as instituições tinham de reservar R$ 11. Hoje, nas operações de longo prazo, o valor da reserva subiu para R$ 16,50.

Se, na segunda quinzena, o setor repetir a performance do início do mês, o segmento vai fechar 2010 acima de suas projeções. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) havia estimado que neste ano seriam comercializadas 3,45 milhões de carros zero-quilômetro no mercado interno. Para isso, teriam de ser vendidos neste mês todo 320 mil unidades para alcançar essa meta.