Política Titulo Diadema
Em Diadema, ortopedia do HM pode parar por calote

Terceirizada reclama que está há sete meses sem
receber e avisa o Paço que interromperá serviços

Por Junior Carvalho
25/09/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Os atendimentos de ortopedia no Hospital Municipal de Diadema, no bairro Piraporinha, podem ser paralisados nos próximos dias por falta de pagamento. Contratada para fornecer médicos e insumos para este tipo de atendimento, a A.G.H. Serviços Médicos comunicou ao governo do prefeito Lauro Michels (PV) que interromperá os serviços caso o Paço não pague sete meses de mensalidades em atraso.

Dono da terceirizada, o ortopedista Hélio Fernandes relatou ao Diário que a dívida da Prefeitura já chega a R$ 1,5 milhão. “A gente não tem mais alternativa a não ser paralisar. Estamos no limite. Já fizemos empréstimos (para cobrir as despesas). Não tem mais como continuar”, alertou o empresário, ao emendar que já procurou diversas vezes a Secretaria de Saúde municipal, gerida por Luis Cláudio Sartori, mas sempre ouve que a administração “não tem verba” para pagar o que deve.

Sediada na região central de Diadema, a A.G.H. presta serviços ao município desde 2008 e, de lá para cá, recebeu R$ 18,6 milhões de recursos públicos da cidade – R$ 366,6 mil só neste ano.

No valor de R$ 4,4 milhões, o contrato vigente foi firmado em 2016 e compreende na cobertura 24 horas de todos os pacientes que necessitem de atendimento na área de traumato-ortopedia, incluindo urgência e emergência, consultas previamente agendadas e até cirurgias. Em maio, o acordo foi prorrogado até 2018 e sofreu redução – foi para R$ 4,1 milhões. O Hospital Piraporinha, como é popularmente conhecido o HM, é o único equipamento público de Saúde da cidade que realiza atendimentos em ortopedia.

Ao todo, segundo a empresa, são 20 médicos, entre dez a 12 técnicos de enfermagem e uma enfermeira. “Atendemos de 6.000 a 7.000 pacientes por mês, realizamos de 4.500 a 5.000 imobilizações (mensalmente) com materiais que nós próprios fornecemos. São feitas entre 55 a 60 internações e realizadas de 40 a 50 cirurgias ortopédicas por mês, sendo a maioria utilizando materiais de implantes também fornecidos por nós mesmos”, salientou Fernandes.

QUARTEIRÃO
Este não é o primeiro caso em Diadema que envolve paralisação de serviços médicos por falta de pagamento às empresas terceirizadas.No mês passado, o Diário mostrou que a realização de exames por imagem foi paralisada no Quarteirão da Saúde depois de a firma contratada para fornecer mão de obra para tocar os serviços, a Fidi (Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem), ter retirado os equipamentos e os funcionários pelo mesmo motivo. A empresa nega veementemente o calote, mas não há registros de pagamentos de março em diante no Portal da Transparência. Questionado sobre a possibilidade de caos nos atendimentos de ortopedia no município, o governo Lauro novamente se calou.




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