Em nota de esclarecimento, a secretaria do Conselho Internacional do FSM e o Comitê Organizador afirmaram que "a marca de independência que o FSM conseguiu consolidar é uma das razões de seu êxito". Eles se referiam ao fato de cidades onde o PT venceu terem se oferecido para receber o encontro, já que na capital gaúcha o partido vai deixar o poder após 16 anos.

Segundo a nota, apenas quatro anos se passaram desde a primeira edição em Porto Alegre e os fóruns sociais já são uma novidade política que se espalhou pelo mundo. Além dos encontros mundiais, há fóruns continentais, temáticos, nacionais, regionais e locais. Centenas de milhares de pessoas sentem-se atraídas por esses eventos, precisamente porque neles não há instrumentalização política. "Compartilham-se múltiplas campanhas, lutas, projetos e sonhos de uma sociedade nova possível — e nenhum deles se sobrepõe aos demais", diz a nota.

O documento argumenta também que a realização de três fóruns sociais mundiais em Porto Alegre tornou-se possível pelo fato de a cidade ter se transformado numa referência concreta de mundo novo. "Ao longo de décadas, as lutas sociais moldaram uma sociedade civil crítica, organizada, consciente de seus direitos e disposta a conquistá-los na prática. Além disso, o FSM contou com hospitalidade calorosa da população, o entusiasmo e o apoio material da prefeitura e do governo do estado".

Jeferson Miola disse que a coordenação do fórum recebeu carta do prefeito de Porto Alegre, João Verle (PT), pedindo a permanência do encontro na capital. Segundo ele, um levantamento feito na rede hoteleira de Porto Alegre, região metropolitana e serra gaúcha mostra que cerca de 10 mil reservas já foram feitas para o período do encontro. Quase 1,2 mil organizações já se inscreveram para participar do fórum.