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Família de professora assassinada negocia indenizaçao
Por Do Diário do Grande ABC
24/06/2000 | 13:43
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O pai e a irma da professora Geisa Firmo Gonçalves, morta no último dia 12 pelo seqüestrador do ônibus da linha 174, na zona Sul do Rio, vao se reunir segunda-feira com o governador Anthony Garotinho para tratar da indenizaçao pela tragédia. O advogado da família, Delano Cruz, disse que estima em R$ 900 mil a reparaçao por danos morais e materiais a que eles teriam direito. Os parentes da professora pretendem criar em Fortaleza uma instituiçao beneficente com o nome de Geisa, para a onde o dinheiro seria destinado.

O gráfico Gilson Gonçalves e a também professora Maria Elisângela Ferreira chegaram ao Rio na noite de sexta-feira e visitaram a escola onde Geisa ensinava artesanato para crianças carentes, na Favela da Rocinha, na zona Sul. "Nunca estive no Rio e vim logo depois de uma tragédia como essa", lamentou Gonçalves. Maria Elisângela emocionou-se ao chegar ao local onde a irma foi morta, na Rua Jardim Botânico. "Ela pretendia ir para o Ceará no fim deste ano, reencontrar a família, mas agora nunca mais a veremos", lamentou.

Em frente ao local onde o ônibus ficou estacionado por quatro horas - período em que o seqüestrador, Sandro do Nascimento, ameaçou e torturou dez reféns - havia neste sábado cerca de dez policiais militares fazendo blitz, como parte da megaoperaçao de combate à violência, anunciada há duas semanas pelo secretário de Segurança Pública, coronel Josias Quintal.

Indenizaçao - Delano Cruz explicou que o valor calculado para a indenizaçao é referente à expectativa de vida ativa de Geisa, que seria de 45 anos. Gonçalves disse que abre mao do dinheiro. "Nao espero nada do Estado do Rio de Janeiro", afirmou. "O que quero é que o nome de minha filha nao seja esquecido." Ele informou que parte da indenizaçao seria destinada ao Projeto Curumim, que ajuda menores da Rocinha, do qual Geisa fazia parte. "Ela era muito boa e tinha um carinho especial com as crianças pobres", disse Maria Elisângela, que, em Fortaleza, também dá aulas de artesanato.

O advogado disse que vai se encontrar segunda com a delegada Martha Rocha, da 15ª Delegacia Policial (Gávea), responsável pelo inquérito que apura o seqüestro. Cruz poderá pedir a exumaçao do corpo de Geisa, após analisar o laudo cadavérico da professora, que lhe será entregue pela delegada. "Se houver dúvidas quanto ao laudo, nao hesitarei em pedir a exumaçao", disse o advogado.

Neste domingo, a família vai participar do programa Domingao do Faustao, da TV Globo, cuja produçao custeou a vinda deles ao Rio. Eles voltam para Fortaleza na terça-feira.




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