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Estuprador do Valparaíso é preso
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
26/02/2005 | 12:27
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Os irmãos Renato Peigo, 26 anos, e Carlos Eduardo Peigo, 24, foram presos na madrugada de quarta-feira em uma favela do Sacomã, na zona Sul de São Paulo. Eles são acusados de praticar roubos à residências seguidos de estupros em bairros de Santo André. Os dois casos mais recentes aconteceram na Vila Floresta, em dezembro, e no Valparaíso, no início desta semana. Os irmãos confessaram também outros seis roubos nas redondezas. O delegado que investiga o caso, Marcos Cattani, do 1º Distrito Policial da cidade, acredita que existam outras vítimas de estupro que não prestaram queixa. A partir da próxima semana, as famílias envolvidas nos roubos mais antigos serão chamadas para fazer o reconhecimento dos acusados.

Na quinta-feira, I.N.S., 22 anos, e M.T., 30, reconheceram os irmãos como autores de dois estupros durante assaltos a residências na Vila Floresta e no bairro Valparaíso. Além do reconhecimento e da confissão dos criminosos, a polícia irá confrontar o resultado do exame de DNA do material colhido pelo IC (Instituto de Criminalística) na primeira ocorrência ao sangue de Renato. “Era ele quem praticava os estupros. O irmão mais novo ficava responsável por colocar os bens roubados no porta-malas do carro da família”, explica Cattani.

Foi o local de desova dos carros roubados durante os assaltos a pista chave para a polícia encontrar os criminosos. Dois carros foram abandonados em área próxima ao 26º DP, no bairro do Sacomã, em São Paulo. “Tínhamos então duas linhas de investigação: ou eles eram da região e escolheram a zona Sul para desovar os carros ou o inverso.”

Com o retrato-falado do suposto estuprador em mãos, a Polícia Civil de Santo André se dividiu em duas equipes para vasculhar as áreas. No 26º DP, os policiais locais confirmaram ter registro de crimes semelhantes, mas sem estupro. Uma batida policial na favela do Jardim Maristela, também na zona Sul, na madrugada do dia 23, localizou os irmãos e um terceiro acusado, apontado como receptador, o funileiro Nei Antônio de Souza, 37 anos. Na casa foram encontrados parte dos bens roubados nas residências de Santo André e duas armas de fogo.

Os irmãos, segundo Cattani, teriam confessado a invasão de casas em Santo André e o estupro de duas jovens. “Eles também confessaram ter praticado pelos menos outros seis roubos à residência nos mesmos bairros.” Segundo a polícia, os criminosos agiam em Santo André há cerca de oito meses. “Conheciam os bairros porque moraram na região e sabem que são locais com casas de alto padrão. O irmão mais novo ainda mora em São Bernardo”, explica o delegado.

Renato, apontado como estuprador, é foragido do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha. Tem passagem na polícia por roubo e seqüestro. O irmão mais novo, Carlos, que trabalhava como pintor, não tinha passagem pela polícia.

Como agiam – Os irmãos abordavam uma pessoa da família na saída de casa, geralmente por volta das 7h30, e a obrigavam a entrar na casa. Enquanto Renato entrava na casa com a vítima, Carlos preparava o carro da família para transportar os bens roubados. Dentro da casa, Renato colocava uma toca ninja, escolhia uma mulher (geralmente a mais nova) para levá-lo aos cômodos onde estavam os objetos de valor e amarrava o restante da família.

“Depois de levar para o carro computadores, eletroeletrônicos, jóias e dólares, ele pegava a jovem, arrastava para o banheiro, batia e praticava sexo anal”, conta o delegado. Pelo Código Penal Brasileiro, quem faz sexo anal forçado não pratica estupro e sim atentado violento ao pudor.

Na última ocorrência, Renato teria tentado abusar duas vezes de M.T. Ele só não consumou a segunda violência porque ela reagiu. Foi a vítima quem ajudou a polícia a produzir o retrato-falado do estuprador. “Ela ainda nos trouxe a calcinha que vestia e o preservativo que ela mesma entregou ao criminoso antes de ele violentá-la”, conta Cattani. Os exames de DNA deste caso também servirão de prova contra os acusados. “Aí teremos a confissão, o reconhecimento pelas vítimas e os exames genéticos”, analisa o delegado.

A partir de segunda-feira, o delegado começa a ouvir as vítimas de roubo a residência dos bairros onde os irmãos atuavam. “Queremos inclusive conseguir a transferência deles (da cela do 26° DP) para a região para facilitar o reconhecimento.” Cattani acredita que outros casos de estupro podem ter acontecido e as famílias não tenham incluído a informação nos Boletins de Ocorrência. “Precisamos que elas nos informem para termos mais provas contra os criminosos.” Qualquer informação sobre os irmãos deve ser denunciada ao 1º DP, Centro, Santo André.



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