Há quem adore História, Geografia, Filosofia e Sociologia, mas também tem quem não suporte. O fato é que fazem parte da prova de Ciências Humanas, no primeiro dia do Enem (22). Embora o conteúdo seja amplo e menos explícito - do que o de Matemática, por exemplo -, não é complicada.

Como na maior parte do exame, as questões exigem muita interpretação. Até parece exagero bater sempre nessa tecla, mas a boa análise dos enunciados certamente garantirá acertos e, portanto, melhor nota. Nessa hora, a galera que lê com frequência sai na frente.

Segundo Mateus Prado, educador e colunista do Diário, cerca de 12 perguntas (do total de 45) podem apresentar gráficos, tabelas ou mapas. Daí a necessidade de saber fazer a leitura correta. "Às vezes, a resposta está clara, mas o aluno não consegue ver. Apesar de parecer um recurso fácil, não costumam estar preparados." Mais do que saber um conteúdo específico, é preciso apontar soluções para problemas e encontrar respostas com argumentos que respeitem os direitos humanos e a diversidade.

São seis competências. Em Cultura e Identidade, cobra-se que o aluno compreenda a formação dos povos. Em Geopolítica, é preciso lembrar que os conceitos de nação e país são diferentes, além de conhecer os principais conflitos que envolvem a ocupação de terra, como o caso dos palestinos. Em O Estado e o Direito é importante saber a divisão dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e sua função e as principais organizações do mundo, como a Organização Internacional do Trabalho.

A competência Evolução Tecnológica, Revolução Comportamental traz temas bem trabalhados no colégio, como revoluções agrícola, industrial e tecnológica. Em Cidadania e Democracia, lembre-se das lutas que levaram a conquistas de direitos. Já em O que Estamos Fazendo com a Terra? fica clara a necessidade de entender as consequências da ocupação humana em diferentes contextos. Alguns temas são frequentes, como pirâmide etária brasileira, distribuição da população (nesses casos consulte o Censo 2010 do IBGE), Constituição de 1988, reforma agrária, golpe militar e redemocratização. Costuma ser cobrada a análise de um fragmento de texto histórico, como a Carta de Pero Vaz. Para não ter surpresas, confira as provas de 2009 e 2010.

Superafiada em história

Nathália Evanger Léria, 16 anos, sempre curtiu a área de Humanas, principalmente História e Sociologia. Na opinião da garota, são matérias fáceis; em geral, basta boa leitura para assimilar e compreender os conteúdos. No entanto, rola certo preconceito por parte dos alunos por conta dos textos serem muito longos. A galera costuma não ter muita afinidade com a leitura. "Já ouvi muita gente perguntar para que vai usar História se tudo aconteceu no passado. Para entender o hoje, é importante saber o que já passou, a forma de pensamento e as atitudes de povos." Aluna do 3º ano do Colégio Arbos, em Santo André, Nathália pretende usar a nota do Enem para conquistar uma vaga no curso de Psicologia da Unifesp.

Para quem tem dificuldade, a dica da estudante é buscar auxílio de amigos com afinidade em Humanas. Além disso, sempre que precisa se aprofundar em um assunto, Nathália faz ampla pesquisa pela internet. "É importante entender o contexto e por que as coisas aconteceram."