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Preços na construção têm primeira deflação em 11 anos
03/04/2009 | 07:00
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Os preços na construção civil, um dos primeiros setores a serem afetados pela atual crise econômica, registraram queda de 0,17%, na apuração de março da Fundação Getulio Vargas. Foi a primeira deflação em 11 anos nos preços do setor, que vivia uma explosão de investimentos antes do agravamento da crise.

Para o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, o setor passa hoje por uma crise sem paralelo, e isso deve afetar os preços durante todo o ano. Analistas alertam que algumas consequências da crise, como o recuo na demanda do mercado interno e as dificuldades de acesso a crédito das construtoras, levaram a um número menor de lançamentos e o setor agora se movimenta graças a empreendimentos iniciados há cerca de dois anos.

Para especialistas, hoje a oferta de material de construção é maior do que a demanda. Esse ambiente levou a resultados de desaceleração e quedas de preços nos principais índices inflacionários. "Acho que, no curto prazo, a tendência é de baixa e de estabilidade de preços", comentou Quadros.

"O setor está em uma fase de profundo desaquecimento. As obras já contratadas seguem em ritmo lento, e não há empreendimentos novos, lançamentos que as substituam", explicou, alertando que, quando os empreendimentos desenvolvidos agora terminarem, a demanda por produtos e serviços da construção deve diminuir ainda mais.

A FGV não foi a primeira a detectar os sinais iniciais de um possível recuo na inflação da construção. No mês passado, o IBGE apurou que, em fevereiro deste ano, a variação média dos custos da construção mensurada pelo Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) foi de apenas 0,32%, o mais baixo patamar desde agosto de 2007 - época em que os preços da construção já haviam deixado o auge de elevação e atingiram certa estabilidade.

O gerente do Sinapi do IBGE, Luiz Fernando Fonseca, comentou que este cenário foi provocado basicamente pela redução no volume de empreendimentos no setor, e que o agravamento da crise internacional, em setembro, coincidiu com o fim da escalada de preços da construção.




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