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Celebração do super-8

Colecionador de filmes de S.Bernardo cataloga
5.519 no formato específico; lançamento é hoje

Marcela Munhoz
16/02/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Tem gente que ama filme. E tem gente que ama o ‘filme do filme’. Além de exímio conhecedor dos vários formatos cinematográficos, Antonio Leão da Silva Neto, 59 anos, é colecionador (possui mais de 500) e tem como hobby catalogar produções brasileiras. Ao mesmo tempo em que atua em suas áreas de formação – economia e administração – o morador de São Bernardo também escreve dicionários sobre a sétima arte, a maioria das vezes bancados com os próprios recursos. Hoje, a partir das 18h, no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, vai lançar o décimo livro: Super-8: Um Sonho de Cinema (624 págs), no qual, conseguiu registrar exatos 5.519 filmes, 3.770 realizadores e 952 biografias.

O filme de 8 milímetros de largura – inventado pela Kodak em 1965 – geralmente era usado para fazer gravações amadoras e caseiras, tornando-se muito popular na época. “A facilidade era tremenda, porque vinha um cartucho, encaixava dentro da filmadora, depois levava para revelar e, no dia seguinte, estava pronto. Era só colocar no projetor. As pessoas que queriam fazer cinema e não tinham condições ficaram maravilhadas”, conta o autor. Foi usado no Brasil em obra artística – com enredo, direção, atores – pela primeira vez em 1968, no Sem Tradição, Sem Família, Sem Propriedade, realizado por Sérgio Silva em Porto Alegre.

A obra inicia o maior movimento cultural cinematográfico amador no País. “Começaram muitos festivais – só no Estado foram mais de 20, incluindo Santo André e São Bernardo. Virou febre mesmo”, explica. “Teve forte representação na Capital, capitaneada pelo sonhador, professor e cineasta Abrão Berman. É o pai do super-8 no Brasil. Em 1973, montou uma escola de cinema, a Grife (Grupo de Realizadores Independentes de Filmes Experimentais) e criou um dos maiores festivais do estilo.”

Segundo ele, tem muito profissional de destaque hoje, como Fernando Meirelles, que começou usando super-8. Hoje o filme continua sendo usado, especialmente para clipes de músicas, e também em festivais. “É que a qualidade dele ainda é superior à do digital”, ressalta o colecionador.

> Super-8: Um Sonho de Cinema – Lançamento de livro. Mis (Museu da Imagem e do Som), na Avenida Europa, 158. Tel.: 2117-4777. Hoje, a partir das 18h. Grátis.




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