A imprensa americana destacou nesta sexta-feira que a eleição de Ségolène Royal como candidata do Partido Socialista à presidencial francesa ilustra o desejo de mudança na França.

Esta opção demonstra que "os franceses estão ávidos por um novo estilo de governo", destaca o The New York Times.

O Washington Post seguiu a mesma linha, estimando que a escolha de Royal como candidata para a eleição presidencial de 2007 responde a "um desejo de mudança".

A imprensa criticou, no entanto, a falta de experiência da candidata na política exterior e as torpezas cometidas durante a campanha.

Segundo o The New York Times, que anunciou a vitória de Royal na primeira página, "o entusiasmo dos militantes por Royal superou esses erros". "Seu sorriso cativou um público francês ávido por um novo estilo de governo", escreveu o jornal nova-iorquino, lembrando que Royal soube se aproximar das bases e aproveitar os novos meios de comunicação, como a internet.

"Ela capitalizou sua imagem de candidata da novidade, dirigindo uma campanha agressiva para sacudir uma política francesa dominada por homens", destaca o Post.

O jornal lembra, no entanto, que a França jamais teve uma mulher presidente e que a única experiência de uma mulher em cargo de primeira- ministra - Edith Cresson, durante onze meses, sob a presidência de François Mitterrand - foi considerada um ‘desastre’.

Os jornais dão destaque ao fato de Royal "não estar casada" com seu companheiro, François Hollande, primeiro-secretário do Partido Socialista e pai de seus quatro filhos.

Para o jornal on-line "Salon.com", Royal é "a Hillary francesa", destacando que forma com seu companheiro um casal político de primeira ordem, como Hillary e Bill Clinton.

O jornal Salon.com acrescenta que "é comovedor imaginar que os franceses, que concederam às mulheres o direito de votar apenas em 1944, poderiam estar prestes a eleger uma mulher presidente antes dos Estados Unidos".