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Copom prevê crescimento mais lento no 1º trimestre
Do Diário OnLine
25/03/2004 | 10:51
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O Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) prevê que a economia brasileira vai crescer em um ritmo mais moderado no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2003. A previsão está na ata da última reunião do comitê, divulgada nesta quinta-feira, que na semana passada realizou o corte de 16,5% para 16,25% na taxa básica de juros da economia, a Selic.

De acordo com a ata, o Copom entende que o processo de recuperação da economia brasileira começou no segundo semestre do ano passado, apesar de 2003 ter registrado no ano inteiro crescimento negativo no PIB (Produto Interno Bruto) de 0,2%. Para o Copom, o primeiro trimestre de 2004 terá uma expansão menor que os 1,5% registrados no último trimestre de 2003.

"Os indicadores disponíveis até o momento sugerem que a trajetória de crescimento da economia foi sustentada neste início de ano. Naturalmente, em função do crescimento expressivo no último trimestre de 2003, é provável que o dados referentes ao PIB do primeiro trimestre de 2004 indiquem algum arrefecimento cíclico de atividade", diz a ata.

O Copom também acredita que a produção industrial vem crescendo a taxas inferiores em relação ao quarto trimestre do ano passado. Para fevereiro, não está descartado até mesmo que a produção industrial encolha, em razão da queda no consumo de bens duráveis, como automóveis, móveis e eletrodomésticos.

Justificativas - O Copom também informa em sua ata que a decisão de reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, corte considerado simbólico, decorreu principalmente das incertezas causadas pela alta dos preços no atacado e o impacto das mudanças da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).

Apesar disso, o Copom entende que o aumento dos preços no atacado foi gerado pelo reajuste do preço de commodities no mercado internacional, fator que não poderia ser controlado com uma redução da taxa de juros. Quanto à Cofins, que teve sua alíquota elevada de 3% para 7,6%, o comitê acredita que terá um efeito pequeno sobre a economia.

Por outro lado, o Copom está ciente de que a inflação para o consumidor caiu em fevereiro e a expectativa é de continuidade da desaceleração dos preços em março. Isso pode indicar que o BC está pronto para um corte maior da Selic em abril. "Os resultados recentes de desaceleração dos preços ao consumidor, a despeito da aceleração dos preços no atacado, são bastante alentadores", diz a ata.

Projeções - O Copom decidiu manter as previsões para os aumentos dos preços da gasolina e do gás de butijão em 2004, em 9,5% e 10%, respectivamente. Porém, houve aumento na projeção para tarifas de energia elétrica residencial, de 6,3% para 6,9%.

No caso das tarifas de telefonia fixa, foi mantida a previsão de um reajuste de 6,8% no ano. Já o conjunto dos preços administrados por contrato ficaram em 7,3%, abaixo da projeção de fevereiro. Para 2005, a expectativa foi mantida em 6%.




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