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Nem toda História aprendida na escola é verdadeira
Por Por Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
16/01/2011 | 07:01
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Sabe a sensação que se tem ao escutar algo que parecia impossível acontecer? A reação ‘Não acredito!' ocorre com frequência durante a leitura do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (Editora LeYa, 320 págs., R$ 39,90).

Por meio de muita investigação, leitura e entrevistas com pesquisadores, o autor Leandro Narloch revela o modo como alguns acontecimentos históricos realmente se deram. "Há cinco anos percebi que o que aprendi na escola era mais discurso político do que História mesmo", diz.

Além de provocadora, a obra comprova a ideia de que não existe verdade absoluta. Nas últimas duas décadas, principalmente, estudiosos descobriram reais evidências sobre fatos e personalidades do passado, segundo Narloch. "Muita coisa me deixou impressionado. Os livros didáticos repetem os erros, têm sempre os mesmos chavões e parecem não ser atualizados."

Ao longo das páginas, o leitor fica de boca erta. Santos Dumont, por exemplo, não inventou o avião. Fora do Brasil, o feito é atribuído aos irmãos Orville e Wilbur Wright há tempos. A origem da feijoada é europeia; índios e negros não tinham costume de misturar feijão com carnes. Há muitas curiosidades sobre figuras ilustres, como Carmem Miranda, Aleijadinho, Getúlio Vargas. O cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era mais amigo dos coronéis do que dos pobres. Apesar de viver no sertão, era fã de perfume francês; passava até nos cavalos.

Graciliano Ramos, autor de Vidas Secas, errou feio num palpite. Escreveu que o futebol era moda passageira aqui e o esporte não combinava com as características dos brasileiros. No fim deste mês, o livro ganha versão ampliada. Agora, Narloch mostrará que alguns vilões históricos, como os bandeirantes e os monarcas no País, não foram tão maus assim.

Sucesso total

Cada vez mais, livros de História se transformam em best sellers. Mas nenhuma dessas obras se parece com aquelas de leitura obrigatória na escola, em geral, consideradas chatíssimas pelos estudantes. Pelo contrário, hoje muitos autores preocupam-se em colocar as informações de forma interessante e acessível a todos."As pessoas sabem que o livro é fonte de conhecimento, mas precisavam de obras mais adequadas. Mesmo os didáticos eram chatos", afirma Pascoal Soto, diretor editorial da LeYa Brasil.

O sucesso das obras de História aconteceu a partir da publicação da coleção Terra Brasilis, de Eduardo Bueno, em comemoração aos 500 anos do Brasil. Os quatro primeiros volumes venderam mais de 500 mil exemplares. Outra obra que conquistou milhares de leitores do 1808, de Laurentino Gomes. "Esses escritores estão fazendo trabalho sério que, aos poucos, está sendo reconhecido e respeitado pelos acadêmicos. São livros bem escritos. Hoje, são parcela importante do mercado", diz Soto.

Eduardo Bueno também é autor de Brasil: Uma História, que neste mês será lançado junto a um DVD com todos os episódios da série É Muita História, exibida pela Rede Globo em 2008 (R$ 89,90). 

Tem mais novidades ...

Gilda Joyce - Investigadora Paranormal (Jennifer Allison, Rocco, 336 págs., R$ 39) fala sobre garota de 13 anos que está decidida a se comunicar com espíritos desde a morte do pai. De férias, vai passar uns dias na mansão mal-assombrada de parentes, onde encontra a tristonha prima Juliet. Apesar de parecer estranha, ela ajuda Gilda a solucionar mistérios que envolvem um fantasma atormentado e segredos da família.

Ela Disse, Ele Disse (Rocco, 192 págs., R$ 27,50) é o primeiro livro de Thalita Rebouças tendo menino como um dos protagonistas. Rosa e Leo têm 14 anos e são novatos na escola. Esses são praticamente os únicos pontos em comum; afinal, garotos e garotas pensam e agem de forma bem diferente. Assim, no meio de um turbilhão de sentimentos, os adolescentes vão tentando entender o sexo oposto, mas nem sempre a tarefa é fácil.




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