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Berzoini vence na região, mas perde em Santo André
Roney Domingos
e Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
10/10/2005 | 08:17
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Candidato do Campo Majoritário à presidência do PT, o ex-ministro Ricardo Berzoini venceu com ampla maioria dos votos dos diretórios municipais do partido na região. Dos 6.945 petistas que votaram, 60% (4228) escolheram Berzoini enquanto apenas 32% escolheram o nome da esquerda, Raul Pont. Brancos (301) e nulos (135) somaram 8%.

O segundo turno das eleições do PT foi marcado pela forte abstenção. Os militantes que foram às urnas representam apenas 29,90% dos aptos a votar. A maioria dos dirigentes ouvidos pelo Diário considerou o comportamento natural, visto que a disputa local estava decidida na maioria das cidades. Houve segundo turno local apenas em Santo André, Diadema e Ribeirão Pires. Nessas cidades, o quórum superou os 40%.

Em Santo André, o candidato do Campo Majoritário, Cláudio Malatesta obteve 643 votos e venceu o candidato da esquerda, Ivo Martim (498). Foram registrados 29 votos em branco e 27 nulos. Embora o Campo Majoritário tenha vencido a disputa local, a esquerda do PT ganhou a eleição do nome nacional. Santo André foi a única cidade da região em que Raul Pont (647 votos) conseguiu derrotar Berzoini (495).

Em Diadema, o diretor de Meio Ambiente da gestão José de Filippi (PT), Antônio Fidelis obteve 1.414 votos contra 833 votos do secretário municipal de Habitação, Josemundo Queiroz. A disputa na cidade ficou restrita ao Campo Majoritário, embora Fidelis aglutine apoio de setores da esquerda na cidade.

O deputado estadual Mário Reali afirma que o processo de eleição interna deu demonstração de que o partido está vivo. "A crise está esfriando e o maior risco que podemos correr é deixar esse momento passar sem fazer as mudanças que consideramos necessárias", afirmou. Para Reali, o Campo Majoritário do Grande ABC não matou a esquerda, mas conseguiu incorporar seu ponto de vista. "Existem tensões dentro do Campo Majoritário)", afirmou.

Em Ribeirão Pires, a ex-prefeita Maria Inês Soares ganhou por uma pequena margem de diferença. Ela conseguiu 297 votos, apenas nove a mais do que o ex-presidente do partido, Mário Nunes. Lá fizeram diferença os 15 votos nulos e os cinco em branco.

Vereador em São Bernardo, o ex-deputado estadual Vagner Lino afirmava neste domingo que a redução do número de eleitores no segundo turno ocorre, entre outros motivos, porque parte da esquerda decidiu abandonar a legenda. Enquanto isso, expoentes do atual governo votaram em peso: o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o deputado federal Vicente Paulo da Silva e até mesmo o filho de Lula, Marcos.




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