Memória Titulo
Éramos todos jovens. E briguentos...
Ademir Medici
12/09/2016 | 07:00
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Há 30 anos, cinco vereadores de São Bernardo eram indiciados com base na Lei de Segurança Nacional. Em sua maioria, vereadores com base no ainda Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. (...) Todos de origem petista. Acusação: ofensas às Forças Armadas proferidas da tribuna da Câmara de São Bernardo em abril de 1986.”
Cf. Memória, edição de 8-9-2016.


Seria pedagógico, para as pessoas que em sua maioria não conhecem o que foi a LSN – Lei de Segurança Nacional (que de segurança nacional não tinha nada) e seus propósitos.
Terminar o artigo contando que os vereadores do PT eram acusados de “ofender as Forças Armadas” mais confunde do que explica, uma vez que nossa bancada usou a palavra na Câmara Municipal, apoiando as declarações do então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Jair Meneguelli, que protestava contra a política econômica da ditadura militar que “metia a mão no bolso” dos trabalhadores, manipulando índices inflacionários que objetivamente representavam um assalto à mão armada contra os interesses econômicos e sociais da classe trabalhadora.
Sem contextualizar essa situação, pode parecer que atacávamos as Forças Armadas de forma gratuita. Não foi o que aconteceu. E você sabe: as Forças Armadas tomaram o poder através de um golpe armado, derrubando o governo eleito pelo voto popular e instituindo um regime de terror no País que durou 21 anos.

Cf. Wagner Lino, vereador em 1986, hoje subprefeito de Riacho Grande, em São Bernardo

Fiquei feliz em ler a matéria publicada, pois me fez lembrar histórias de luta e grandes amigos que fiz nessa longa jornada. Naquela época era notória a minha luta pelo bem da democracia brasileira.

Para mim é dignificante lembrar com orgulho da parte da matéria que diz: “Todos de origem petista. Acusação: ofensas às Forças Armadas proferidas da tribuna da Câmara de São Bernardo em abril de 1986”.

Realmente o fiz e tenho orgulho de confirmar essa passagem, pois lutávamos pelo direito de liberdade da livre expressão, enquanto outros se escondiam atrás das cortinas da ditadura.
Cf. José Ferreira, vereador em 1986, vereador ainda hoje, com oito mandatos seguidos pelo mesmo partido.

NOTA DA MEMÓRIA
Aguardamos as manifestações dos outros citados, enquanto acompanhamos o desenrolar do caso, 30 anos depois. Vocês eram todos jovens, e esta foi a motivação maior do registro, graças à belíssima foto de João Colovatti.

Em 1986 estavam todos no mesmo barco. Acreditavam num ideal. Denunciavam. O foco da notícia, em 1986 e hoje, é um só: a paulada nas Forças Armadas, num momento de transição política. É isso que destacamos, felizes em saber que todos sobreviveram e estão aqui, para darem as suas versões.

Sobre o Monumento
ao Imigrante Nordestino

Tenho algumas informações que podem ajudar a esclarecer sobre o Monumento ao Nordestino (Memória, 9-9-2016). Eu tirei as informações de meu trabalho sobre todos os monumentos da cidade – existentes ou não – que está terminado e em fase de atualização.
Tipo: painel.
Inauguração: 28-8-1982.
Descrição: obra em concreto aparente, que tinha de um lado uma mensagem do prefeito e vice-prefeito e, do outro lado, o desenho de uma família de retirante em alto relevo. A obra ficava no centro do espelho d’água.
Dizeres: “A grandeza e a unidade cultural do Brasil são epopeias que a nacionalidade deve aos bandeirantes de ontem, que conquistaram o território, e aos trabalhadores nordestinos, bandeirantes de hoje, que ajudaram e ajudarão a construir a riqueza nacional em toda imensidão de nosso País. Lincoln Grillo, prefeito; Timóteo M. Sanches, vice-prefeito, junho de 1982.”
Informações históricas: a inauguração do monumento era para ser no fim de julho daquele ano, mas teve que ser adiada em razão do mau tempo e acabou acontecendo junto com as obras de inauguração da praça.
Inauguração: entre as autoridades estava o vereador Manoel de Oliveira, que havia indicado a construção do monumento.
Autor da obra: Roberto de Mello Rodrigues Júnior, arquiteto, funcionário municipal.

Cf. Mirella Suraci Santos, arquiteta da Prefeitura de Santo André.

Diário há 30 anos...

Sexta-feira, 12 de setembro de 1986 – ano 29, edição 6236

Manchete – Sarney (presidente da República) pede redução das taxas de juros em discurso no Congresso americano
Movimento Sindical – Apenas parcial, greve é mantida pelos bancários; professores do Estado continuam parados.
Futebol – Santo André empata no jogo de estreia do Campeonato Paralelo: 0 a 0 no Bruno Daniel com o Itumbiara de Goiás.
Polícia – Matador de mulheres caçado na região.

Em 12 de setembro de...

1831 – Manuel Antonio Álvares de Azevedo nasce em São Paulo. Contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna. É nome de ruas e praças em várias cidades, inclusive no Centro de Santo André.
1911 – Inaugurado o Theatro Municipal de São Paulo. Os responsáveis pela construção foram três arquitetos: o brasileiro Ramos de Azevedo e os italianos Cláudio Rossi e Domiziano Rossi.
1916 – A guerra. Do noticiário do Estadão: os ingleses atravessam o Struma e atacam os búlgaros.
1936 – Criada a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro: sucesso das décadas de 1940 e 1950.
1961 – Fundada a Sociedade Amigos de Vila Tereza, em São Bernardo.
1976 – Santo André ganha o título de campeã geral dos Jogos Abertos do Interior disputados em Tupã.

Hoje
Dia Nacional da Recreação n Dia da Seresta

Município paulista

Jaguariúna celebra hoje o seu aniversário. Fundador: coronel Amâncio Bueno. A criação do município é de 1953, ao emancipar-se de Mogi Mirim, sendo instalado em 1º de janeiro de 1955.

Municípios brasileiros

Celebram seus aniversários em 12 de setembro:
No Espírito Santo, Barra de São Francisco.
Em Santa Catarina, Canoinhas.
No Piauí, Castelo do Piauí.
Na Bahia, Chorrochó.
Em Goiás, Ipameri.

Santos do dia

Guido de Anderlecht. Viveu entre os séculos 10 e 11 na Bélgica. Vestiu o hábito de peregrino e percorreu durante sete anos as inseguras e longas estradas da Europa, levando conforto aos mais abandonados. De volta à Bélgica, residiu na cidade de Anderlecht. Ali ele morreu, com fama de santidade. Com o passar do tempo foi erguida uma igreja dedicada a ele, para guardar suas relíquias.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR.
Selésio
Vitória Fornari  




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