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Aposentado se acorrenta no prédio da Telefônica
Fábio Munhoz
Vinicius Gorczeski
14/07/2011 | 07:30
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Andréa Iseki/DGABC


Após seis dias sem telefone, o aposentado Asdrúbal Botelho Caldas, 67 anos, decidiu se acorrentar no prédio da Telefônica como forma de protesto. A manifestação ocorreu na filial da operadora em Santo André. Caldas permaneceu preso em uma cadeira no saguão principal por cerca de três horas.

O aposentado, que é morador do Bairro Jardim chegou ao posto da empresa por volta de 14h. "Fui informado de que teria de esperar pelo menos 24 horas. Então, resolvi me acorrentar e avisei que só sairia depois que minha linha estivesse funcionando", contou. O aposentado ligou 21 vezes para o serviço de atendimento ao usuário da companhia. "Liguei também na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e me falaram que eu teria que esperar mais cinco dias."

Por volta das 16h, enquanto a equipe do Diário estava na empresa, um coordenador da companhia atendeu o aposentado por telefone. "Me disseram que resolveriam o problema em meia hora. Vou ficar aqui enquanto isso." Técnicos da Telefônica visitaram a casa de Caldas por volta das 17h. Pouco tempo depois, a linha estava funcionando. Procurada, a Telefônica informou que esteve na casa do cliente solucionando o problema, mas não explicou porque o aposentado ficou tantos dias sem linha e nem o motivo da demora na solução.

CELULAR

O caso de Caldas não é único. As operadoras de telefonia lideram o ranking de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. E o serviço móvel não foge desta regra.

Um dos problemas é que, reflexo das vendas aquecidas entre os celulares, as operadoras não dispõem de aparelhos nas lojas, mas mesmo assim oferecem o produto com a promessa de enviá-lo no prazo de dez dias úteis. Essa data combinada nem sempre é respeitada. É o caso da TIM, que ofereceu um iPhone a uma cliente, com cobrança de R$ 240 debitada na fatura como plano de contrato, mas 34 dias depois ainda não entregou o aparelho.

Para aderir à proposta, a consumidora, mesmo já sendo cliente da operadora, teve de aceitar a mudança de número. "Achei muito estranho isso. Um absurdo. Liguei para reclamar e falaram que teria de ser assim em função do sistema da empresa", afirma a cliente, que prefere não se identificar. Ela foi obrigada ainda a fazer a adesão por telefone, já que não era permitida a compra na loja da operadora de celular.

Próximo do vencimento do prazo, ligou para companhia, que garantiu a entrega em até dois dias, dentro do combinado. No dia seguinte, recebeu mensagem da operadora alegando que ocorreram problemas com a transportadora. Depois, a empresa disse que não tinha o cadastro ou que o produto já tinha sido enviado. Esse jogo de empurra, já dura 34 dias, com a consumidora sem telefone e sem previsão de quando receberá o produto.

Procurada a TIM informou que "trabalha para ter sempre em estoque todos os aparelhos do seu portifólio e realizar as entregas dos modelos comprados via televendas e loja virtual no prazo determinado". Disse ainda que "os atrasos são casos pontuais e a operadora utiliza os ocorridos para aprimorar seus processos e evitar reincidência" . E que "se prontifica a realizar todos os esforços para solucionar o caso o mais breve possível", sem dar prazo.




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