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Camelôs vão voltar às ruas de Mauá
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
11/01/2005 | 13:50
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O prefeito interino de Mauá, Diniz Lopes (PL), disse na segunda-feira que vai permitir a volta dos camelôs às ruas. Os 241 ambulantes que trabalhavam no Shopping Popular da cidade, que pegou fogo no domingo, vão para a rua do Comércio ou para um terreno na esquina das avenidas Mário Covas e Antônia Rosa Fioravante, ambos na região central da cidade. Diniz Lopes diz que vai definir o local em, no máximo, uma semana. O prédio onde os ex-ambulantes estavam instalados ficou totalmente destruído.

Na segunda-feira, Prefeitura e ambulantes se reuniram. O secretário de Obras, Admir Jacomussi, disse que engenheiros e arquitetos estudam as possibilidades de reerguer o prédio incendiado. “Estamos trabalhando para que todos tenham de volta os seus boxes o mais rápido possível. No entanto, a construção de um novo prédio depende de licitação e isso leva tempo.” Como não há previsão de construção e muito menos de entrega do imóvel, os ambulantes ficarão na rua em tempo indeterminado. Desde que o Shopping Popular foi construído, há seis anos, não havia mais ambulantes nas ruas de Mauá.

O fogo destruiu todo o material dos comerciantes. A Associação dos Empresários do Shopping Mauá estima que o prejuízo tenha sido de cerca R$ 3 milhões. “Se alguém tiver dificuldades em se manter enquanto não voltar ao trabalho, poderá procurar o secretário Cláudio Donizeti Lourenço (da Assistência Social e Cidadania). Vou orientá-lo a recebê-los e resolver caso a caso”, disse o prefeito na segunda-feira. Diniz Lopes prometeu entrar em contato com o Banco do Povo para que uma verba seja disponibilizada aos lojistas. “Vou ver a possibilidade de um financiamento para que os comerciantes possam reiniciar as vendas”, prometeu.

Habite-se – O prédio público onde funcionava o Shopping Popular de Mauá nunca teve Habite-se e alvará de funcionamento. “Não conseguimos fazer seguro porque não temos esses documentos. Diversas vezes solicitamos à Prefeitura, por meio de ofícios, mas não obtivemos resposta alguma”, afirmou a presidente da Associação dos Empresários do Shopping Mauá, Luciene Ferreira da Silva. Mesmo com direito a entrar na Justiça para pedir indenização à Prefeitura, Luciene diz que os camelôs não estão pensando nisso neste momento. “Primeiro queremos ter um lugar para trabalhar. Depois vamos analisar a situação e tomar outras medidas.”

O prefeito interino disse que irá averiguar o que aconteceu nos últimos anos. “Vou apurar tudo antes de tomar qualquer atitude. Vou pedir um levantamento para a Secretaria de Obras para analisar a situação do prédio. Também irei reavaliar as condições de quem tem boxe.”

Além disso, o prefeito vai esperar o resultado da perícia policial e um relatório do Corpo de Bombeiros para saber as causas do incêndio. “Por enquanto não temos provas, só suposições.”

Dia seguinte – Na segunda-feira de manhã, depois do susto de domingo, os camelôs voltaram ao prédio queimado em busca de algum objeto que pudesse ter sobrado entre as cinzas. O quarteirão estava isolado e eles foram impedidos de entrar para que a perícia da polícia concluísse o trabalho. “É muito triste ver tudo isso no chão. Tudo o que consegui em 12 anos de trabalho foi embora em meia hora de fogo”, disse o comerciante e secretário-geral da administração do shopping, João Pequeno de Araújo, 58 anos.

A lojista Anita Ferreira Braga, 59 anos, que não tem outra fonte de renda, fez um apelo ao prefeito. “Precisamos trabalhar. Não importa onde. Muitos não terão o que comer se ficarem parados. Por favor, nos coloque em algum lugar o mais rápido possível”, disse. n

Colaborou Luciano Cavenagui




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