“O Brasil tem o melhor futebol do mundo, somos tetracampeões, mas dentro de campo são 11 de cada lado”. A declaração de Romário é um grito de responsabilidade para que a Seleção Brasileira uma vitória diante do Equador.

Em atrito com o jogador, que se atrasou no embarque da delegação para o Equador, no domingo, o técnico Emerson Leão não quer um peso tão grande nem nas suas costas nem nas dos atletas. Segundo ele, ter obrigação é um exagero. “Temos sim o desejo de ganhar os três pontos. Qualidade e competência não nos falta”, afirmou o treinador, que encontrou mil e um problemas para justificar por antecipação um possível tropeço.

Depois de ressaltar que os efeitos da altitude podem representar perda de 15% do potencial físico da equipe (Quito está a 2,8 mil m do nível do mar), Leão lançou outros tantos problemas: o campo irregular do estádio Olímpico Atahualpa, a pressão da torcida adversária, o curto período de treinamento e a motivação da equipe equatoriana, que tem quatro pontos a menos que os brasileiros.

Para fugir da altitude, a opção foi viajar nesta terça cedo para Quito, minimizando assim os efeitos comuns aos jogadores brasileiros, como falta de ar, náuseas e dor de cabeça. E só mesmo em Quito o treinador dará a escalação do time. São duas as dúvidas de Leão, que não sabe se começa jogando com Silvinho ou César na lateral-esquerda e faz mistério para dizer quem fica com duas vagas entre Juninho Paulista, Ronaldinho e Edílson. Um dos dois últimos vai fazer a dupla de frente com Romário.

O Equador terá o reforço do veterano Aguinaga, seu melhor jogador, ausente na última partida pelas eliminatórias, quando a seleção derrotou a Venezuela por 2 a 1. Na partida de ida, em São Paulo, em abril do ano passado, a Seleção Brasileira bateu o Equador por 3 a 2, com um gol marcado por Aguinaga. Da equipe que esteve em campo naquela ocasião, apenas Vampeta, Rivaldo e Edílson estão no grupo atual da seleção. Ao todo foram 18 confrontos, com 16 vitórias brasileiras e dois empates.