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Censo vai definir morador de Paranapiacaba
Raymundo de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/02/2002 | 18:25
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Em 45 dias, a Subprefeitura de Paranapiacaba pretende ter um raio X dos moradores das 360 casas da parte baixa da vila ferroviária. O levantamento de informações começou na última quarta-feira e será usado para definir o futuro do local, principalmente quem vai ficar nas residências e quem terá de desocupar os imóveis. A Prefeitura e a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) oficializaram o compromisso de compra e venda da vila no último dia 28.

Segundo o subprefeito de Paranapiacaba, João Ricardo Guimarães Caetano, 37 anos, as pessoas que não possuem contrato de locação dos imóveis com a RRFSA, as que tem mais de uma casa sob sua responsabilidade, as que usam os imóveis nos fins de semana e férias e as que ocupam casas consideradas prioritárias para implementação de serviços e infra-estrutura turística, como hotéis, pousadas e restaurantes, terão que deixar as moradias. “Nestes casos, a desocupação será prioridade”, disse.

Guimarães afirmou também que a Prefeitura não pretende vender os imóveis para os atuais moradores ou outras pessoas nem tem interesse que as casas fiquem vazias. Segundo ele, o objetivo da administração é manter nas casas da parte baixa da vila moradores que tenham condições de pagar as contas de aluguel, água e energia elétrica e também possam arcar com despesas de restauração e manutenção dos imóveis.

Em relação aos aluguéis pagos atualmente, que variam de R$ 66 a R$ 280, a subprefeitura também pretende rever os valores. Os casos de ex-ferroviários e descendentes de ex-trabalhadores na RFFSA que moram em casas da vila serão tratados com mais flexibilidade, segundo Guimarães, porque são pessoas que fazem parte da história de Paranapiacaba.

A intenção da Prefeitura de Santo André, que vai pagar R$ 2,2 milhões pela vila, é transformar o local em um ponto turístico com perfil diferente do que é verificado hoje. Em vez dos mochileiros que procuram a vila para acampar e costumam gastar pouco dinheiro, o objetivo é atrair turistas que se hospedem em hotéis e gastem dinheiro também em restaurantes, lanchonetes, cafés e com a compra de artesanato e outros produtos. “O mochileiro não agrega valor”, disse Guimarães.

Até agora, cerca de 20 moradores já foram ouvidos. A programação da Prefeitura é fazer o levantamento com 12 moradores por dia. Entre os moradores, a expectativa está dividida entre a apreensão e o otimismo sobre o futuro da vila e a permanência nas casas.

Segundo a assessoria de imprensa da RRFSA, a rede faz um levantamento sobre o índice de inadimplência dos moradores em relação ao pagamento de aluguel e também sobre a ocupação dos imóveis. A assessoria informou também que os moradores em atraso com o pagamento terão que acertar a dívida com a rede.




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