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Freud explica?
Beto Silva
23/06/2016 | 07:00
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Na noite de terça-feira, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), concedeu entrevista à GloboNews. Em resposta à pergunta sobre tirar benefícios da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), disse: “E ademais disso, pelo que sei, a senhora presidente utiliza o avião, ou utilizaria, para fazer campanha denunciando o golpe”. A frase , reproduzida em sua conta no Twitter, foi interpretada como admissão de manobra ilegal para tirar a petista do Palácio do Planalto. A neurociência considera o deslize como simples esquecimento corriqueiro. Pode, portanto, ter sido apenas falta de atenção, cansaço, eventualidade. Mas o pai da psicanálise, Sigmund Freud, em seu livro Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901), defende que o ato falho é provocado pelo desejo do inconsciente. Assim, nenhum gesto, pensamento ou palavra advém acidentalmente. Tudo tem um sentido mais amplo por trás. Ou seja, na declaração de Temer, segundo o freudianismo, está embutido o reconhecimento de que a queda de Dilma teria sido provocada por movimento político arquitetado, e não apenas por análise técnica de suas pedaladas fiscais. Vale lembrar que os mesmos que hoje dizem ser golpe contra Dilma, principalmente petistas, lideraram movimento de impedimento de Fernando Collor de Mello em 1992. Anos depois, o STF (Supremo Tribunal Federal) o absolveu, por falta de provas, dos crimes de peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e corrupção passiva. Foi golpe? Talvez nem Freud explique.

Bastidores

Convenção tucana
O presidente do PSDB de São Caetano, vereador Beto Vidoski, marcou para o dia 24 de julho a convenção do partido que vai avalizar o nome de José Auricchio Júnior (PSDB) como candidato ao Palácio da Cerâmica. Expectativa é a de que até lá seja definido o parceiro de chapa que ficará na função de vice. Atualmente, a maior possibilidade é de que seja um tucano, devido aos quadros qualificados da legenda, como o ex-reitor da USCS e ex-presidente do IBGE Silvio Minciotti, o ex-vereador e ex-secretário de Segurança Moacyr Rodrigues, o ex-chefe do Executivo Dall’Anese, além do próprio Vidoski. Já na disputa por cadeira na Câmara, a direção municipal visa conquistar ao menos quatro vagas.

Briga pelo PV
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), procurou o presidente nacional do PV, ex-deputado federal José Luiz de França Penna. Os verdes saíram do arco de aliança governista para dar apoio ao projeto de Alex Manente (PPS), candidato ao Paço. O petista tenta reverter a decisão e tem dito, nos bastidores, que a direção estadual do PV garante que estará com seu indicado à sucessão Tarcisio Secoli (PT).

PEC das controladorias
Em Brasília, o deputado federal Alex Manente (PPS) elaborou PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que torna obrigatório o voto popular para eleição dos titulares das controladorias gerais da União, Estados e municípios. Há dispositivos, porém, que exigem o cumprimento de requisitos de qualificação para o exercício da função, como idoneidade moral, reputação ilibada e conhecimentos específicos. A medida, de acordo com o parlamentar, auxiliará no combate à corrupção nos órgãos públicos. O popular-socialista desenvolveu a proposta durante viagem oficial aos Estados Unidos, em janeiro, quando foi escolhido para representar o Brasil no programa ‘Young Political Leaders’, que reúne líderes brasileiros de até 40 anos para cursos de modernização da máquina pública e combate à corrupção. O modelo proposto pela PEC de Alex é semelhante ao de Los Angeles, na Califórnia. “Além disso, a tecnologia no poder público é muito presente nos Estados Unidos. Vejo a urgente necessidade de implantar essa modernidade em São Bernardo e no Grande ABC”, discorre o deputado. Para a tramitação da PEC ter início na Câmara Federal, é preciso da assinatura de, no mínimo, um terço dos parlamentares (171 dos 513). Depois da coleta da rubricas, o projeto será apreciado pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania). 




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