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Estudantes orientam pais para eliminar focos de dengue

Com conhecimento disseminado pelos pequenos, familiares mudam os hábitos

Nelson Donato
Especial para o Diário
02/06/2016 | 07:00
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Quando o projeto Santo André & Os Agentes contra o Aedes, iniciativa das secretarias de Educação e Saúde, em parceria com o Diário, foi criado, a principal intenção era transformar as crianças em multiplicadores de informação sobre a dengue e, consequentemente, diminuir a incidência da doença no município. Com esse conceito em mente, os alunos da Emeief Miguel Sanches Ruiz, localizada na Rua Jales, no bairro Cidade São Jorge, divulgaram as informações aprendidas em aula para os pais, que mudaram os hábitos praticados em suas residências.

Após realizarem trabalhos de pesquisa sobre o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus, os pequenos desenvolveram panfleto informativo, que foi distribuído para a população que vive no entorno da unidade durante caminhada realizada em março.

Porém, um dos principais frutos obtidos com essas atividades foi a mudança de atitude que os pais de muitos alunos adotaram. A pequena Nayara Rodrigues, 9 anos, conta que antes de orientar os familiares foi preciso ficar alerta a suas responsabilidades. “Eu sempre esquecia de trocar a água dos animais. Agora troco todos os dias e sempre lavo o potinho para não correr o risco de os ovos do mosquitinho ficarem grudados nele.”

Colega de Nayara, Renata Vitória, 9, detalha que deu uma bronca na mãe por causa da caixa-d’água de sua residência. “Ela sempre deixava aberta (a caixa-d’água). Tive que falar para ela todos os perigos que aquilo representava.”

Já as alunas Gabriela Jesus de Souza e Flávia Mirela Ferreira da Silva, ambas de 9 anos, orientaram as avós para colocar areia nos pratos das plantas. “Na casa da minha avó tinha muitos pratinhos com água parada. Eu cobri tudo (com areia) para evitar que alguém ficasse doente”, explica Flávia.

A professora Helena Aparecida Minzon Bonatto ressalta o engajamento dos estudantes durante a luta contra a dengue. “Esse é um assunto em destaque e é muito importante que ele seja divulgado de todas maneiras possíveis. Infelizmente todos corremos o risco de contrair a doença. Vale ressaltar o retorno que tivemos dos pais. Muitos disseram que as crianças chegavam em casa e contavam tudo o que tinham aprendido. Esse é o propósito.”

Voluntário ensina técnicas para alunos protegerem meio ambiente

A preocupação com o meio ambiente é uma das principais diretrizes da Emeief Miguel Sanches Ruiz, no bairro Cidade São Jorge. A unidade possui várias atividades voltadas à preservação da natureza, como utilização de lixo orgânico para compostagem e adubamento da terra usada na horta. A escola também realiza companhas para doação de pneus e garrafas PET.

A instituição participa do Programa Mais Educação, que proporciona aos pequenos atividades que contribuem para melhora da Educação. Sem dúvida um dos trabalhos mais adorados pelas crianças é o cultivo de vegetais na pequena plantação que fica nos fundos da unidade de ensino.

O responsável por coordenar as atividades na horta é o pequeno agricultor Cláudio Cícero da Silva, 38 anos. No espaço, ele ensina as crianças como cuidarem da terra e realizar o plantio de verduras como alface e couve, além de plantas medicinais. “Aqui o que mais quero passar para as crianças é a sobrevivência. Se elas souberem como cultivar alimentos, não passarão por necessidades.”

Silva nasceu na cidade de Inajá, no Interior de Pernambuco. Lá aprendeu técnicas agrícolas rudimentares, mas que não agridem o meio ambiente. “Como tínhamos poucos recursos, era necessário aproveitar tudo o que estava em nossas mãos.”

Durante a aula é possível notar o apego que os pequenos têm com o professor. Além de acompanhar de perto os trabalhos desenvolvidos, ele não esconde o carinho pelas crianças. “A maioria dos alunos tem problema em casa. Aqui procuro ensinar e dar toda a atenção que eles precisam.”

A professora Jaqueline Teles, que coordena o projeto na unidade, ressalta as atividades desenvolvidas na horta. “Os estudantes já têm a iniciativa de cuidar da plantação sozinhos. Mas é preciso dizer que esse é um trabalho que envolve toda a escola, pois todos estão empenhados em reciclar o lixo.” 




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