Taxistas do Grande ABC iniciaram ontem movimento para barrar a regulamentação do aplicativo Uber na região. A expectativa é que o grupo formule até o fim deste mês documento que contenha todas as reivindicações da categoria.

Ontem, em assembleia realizada em frente ao Ginásio Poliesportivo de São Bernardo, cerca de 150 taxistas escolheram integrantes da categoria para participar da comissão que tratará do assunto diretamente com os prefeitos da região. “Vimos que algumas cidades ainda não se posicionaram sobre o tema, mesmo sabendo que a presença do aplicativo é grande na região. Por isso, decidimos tomar a frente e fortalecer a categoria. Na quinta-feira (amanhã) já vamos reunir os representantes para elencar nossas reivindicações”, relata um dos organizadores do grupo David Silva Silveira, 27 anos.

Segundo os profissionais, com a entrada do Uber no mercado, taxistas da região têm apresentado prejuízo que varia entre 40% e 50%.

“Antes trabalhava cerca de 18 horas por dia e fazia R$ 800. Agora fico na rua durante 12 horas e não consigo tirar nem R$ 100”, reclama o taxista Marco Torres Von Mühlen, 51.

Para o taxista Oswaldo Gomes, 54, a liberação do aplicativo é injusta com a categoria. “Pagamos diversos impostos que eles não pagam. Eles atuam de maneira ilegal”, pontua.

Diferentemente dos taxistas de São Paulo, que têm realizado diversos protestos contra o aplicativo, a categoria do Grande ABC visa tratar o assunto com cautela. “Vamos apresentar nossas propostas e ver o que os vereadores e prefeitos têm a oferecer. Não queremos prejudicar os usuários”, relata Gomes.

Conforme o Diário noticiou no início da semana, o Uber chega a ter tarifa 75% inferior à cobrada por taxistas na região.

A expectativa é que os prefeitos discutam o assunto na próxima reunião do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Na ocasião, a categoria também irá reivindicar o reajuste de 11% em sua tarifa. Atualmente, o valor base de taxistas na região é de R$ 4,50. Já o preço do quilômetro varia de R$ 2,70 na bandeira 1 a R$ 3,20 na 2.

Além disso, a extinção da tarifa adicional por mudança de município, praticada nos táxis da região, deve entrar em pauta. Vale lembrar que o Consórcio anunciou a intenção de dialogar sobre o assunto em 2015, mas até agora nada foi feito.