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No Pacaembu, clássico entre Palmeiras e Corinthians opõe políticas de gestão
03/04/2016 | 07:00
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Cesar Greco/Fotoarena/SE Palmeiras


Desde que Tite retornou ao Corinthians, em janeiro de 2015, três técnicos já passaram pelo Palmeiras: Oswaldo de Oliveira, Marcelo Oliveira e agora Cuca. O clássico deste domingo, às 16 horas, no estádio do Pacaembu, pela 14.ª e penúltima rodada do Campeonato Paulista, reforça ainda mais o comportamento dos dois rivais em quase uma década. O Corinthians vive um período que premia a continuidade, a ideia de trabalho. Já o Palmeiras, em meio a altos e baixos, é uma máquina de triturar técnicos.

Do ano seguinte ao rebaixamento, em 2007, o Corinthians vive, basicamente, de duas eras: Mano Menezes e Tite. Os dois treinadores se alternaram à frente da equipe, em meio a uma curta e inexpressiva passagem de Adílson Batista (17 jogos em três meses). Adílson foi único técnico demitido do Corinthians em oito anos.

No mesmo período, o Palmeiras foi dirigido por 10 treinadores. E todos os tipos de perfis foram testados: "medalhões" como Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho e Felipão, apostas como Gilson Kleina, um estrangeiro (Ricardo Gareca) e técnicos com passado recente vencedor como Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro.

Só na gestão do atual presidente Paulo Nobre foram cinco trocas de técnicos. A última delas aconteceu há menos de um mês. Cuca chega neste domingo ao seu quinto jogo (quatro derrotas e uma vitória). Outro treinador, novas ideias e novos pedidos por reforços. Nobre já contratou mais de 70 jogadores em sua gestão - mais de 30 sob o comando do diretor Alexandre Mattos.

Nem sempre é fácil manter um técnico. O Corinthians viveu momentos difíceis nesses oito anos, como por exemplo a derrota para o Deportes Tolima, em 2011, e a invasão de torcedores ao CT, em 2014. A eliminação para o inexpressivo clube colombiano é considerada um divisor de águas. Basta lembrar que a derrota na fase preliminar da Copa Libertadores aposentou Ronaldo Fenômeno. A cabeça de Tite ficou a prêmio e a demissão, iminente.

Mas um gol do lateral-direito Alessandro, aos 37 minutos do segundo tempo, em um clássico contra o Palmeiras no Pacaembu, evitou a troca de técnico. E Tite iniciou uma caminhada vencedora no Corinthians.

"Tenho conceito formado a respeito. Tenho dificuldade de julgar qualquer trabalho (de um técnico) que dure menos de um ano. Eu mesmo já tive para cair umas 20 vezes e de repente você redireciona", afirmou Tite.

Em 2013, um ano após a conquista do Mundial de Clubes da Fifa, o contrato de Tite não foi renovado, o então presidente Mário Gobbi recontratou Mano Menezes, que treinou o time só em uma temporada, em 2014, até o retorno de Tite.

Foram as mudanças de presidente que motivaram as trocas. Roberto de Andrade assumiu o clube e bancou a volta de Tite, que levou o time a mais um título - o Campeonato Brasileiro do ano passado. "Temos um certo atraso em relação ao Corinthians. Eles já têm um padrão de jogo definido há um tempo e ainda buscamos isso", admitiu Cuca, que encontrou problemas para montar o Palmeiras, em crise com Marcelo Oliveira, criticado por não dar padrão de jogo à equipe.

Marcelo Oliveira só não foi demitido no ano passado porque o Palmeiras ganhou, nos pênaltis, a final da Copa do Brasil. O início ruim em 2016 e o sério risco de eliminação na Libertadores o derrubaram. A curto prazo, Cuca tem a missão de arrumar a equipe e buscar uma vaga nas oitavas de final da competição continental - na quarta-feira, o time tem de vencer o Rosario Central, na Argentina.

Mesmo assim, Cuca vai escalar time completo neste domingo. Após a sua primeira vitória, o técnico não quis mexer na estrutura da equipe. O Palmeiras terá três atacantes. A única dúvida é Barrios ou Dudu ao lado de Alecsandro e Gabriel Jesus.

Com o Corinthians já classificado no Paulistão em primeiro lugar, Tite também irá escalar força máxima, mesmo com jogo da Libertadores na quarta-feira contra o Independiente Santa Fé, em Bogotá, na Colômbia. A novidade é volta de Elias. "Sei que é um clichê, mas em clássicos não existe favoritismo, a história mostra isso", disse o treinador.




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