O clássico SanSão tinha tudo para ser fraco devido aos muitos desfalques dos dois lados. Mas os 6.239 torcedores que foram à Vila Belmiro ontem acabaram vendo bom duelo, digno da rivalidade. O placar não poderia ter sido mais condizente com o duelo: empate por 1 a 1. O Peixe perdeu a liderança do Grupo A, com 23 pontos, já o Tricolor é o líder da Chave C, com 18.

E quem pensou que o jogo seria morno por conta dos desfalques se enganou. Os visitantes iniciaram no ataque e quase fizeram com Calleri, em jogada de velocidade que começou com Daniel. Era a proposta são-paulina: sair em rápidos contra-ataques e surpreender a defesa santista. João Schmidt foi outro que assustou em cabeçada, mas em escanteio. Mesmo com a tática clara, faltava aproximação entre meio e ataque – Calleri estava isolado.

Porém, quem ditou o ritmo foram os mandantes, que mantinham o esquema de jogo ofensivo de Dorival Júnior. O problema era a falta de entrosamento, o que ocasionou em vários erros de passe e de finalização.

As melhores oportunidades ficaram nos pés de Léo Cittadini, em chute de longe que assustou Denis; de Rafael Longuine, em finalização no travessão, após desvio, terminando, no rebote, com gol de Joel corretamente anulado; e uma do camaronês, que poderia ter completado passe de Caju se não chegasse atrasado na bola.

Na etapa final, o SanSão continuou aberto. O São Paulo se expôs e impôs dificuldades para a saída de jogo alvinegro nos minutos iniciais. Mas o Santos foi quem chegou ao gol. Aos 13, Joel girou em cima da marcação e, de canhota, bateu firme na direita de Denis – 1 a 0. O tento saiu quando os paulistanos eram melhores.

Mesmo quando pareciam sem reação, chegaram ao empate. Alan Kardec cabeceou livre e deu números finais ao clássico. O Tricolor segue sem vencer na Vila desde outubro de 2009.

Gols de jogadores reservas decidem duelo

No clássico SanSão de ontem, na Vila Belmiro, o dia foram dos reservas. Isso porque os gols do jogo, terminado em 1 a 1, foram marcados por jogadores que não compõem normalmente as equipes titulares de suas respectivas equipes: Joel, centroavante do Santos, e Alan Kardec, atacante do São Paulo.

O jogador santista, que. apesar de ter começado jogando. é o substituto imediato de Ricardo Oliveira, abriu o placar, aos 13 minutos do segundo tempo, em lindo arremate após giro sobre a marcação. Foi o primeiro gol dele em clássicos com a camisa alvinegra.

“Fui feliz na finalização, mas não podíamos levar gol”, declarou Joel, que reconheceu o tropeço do Santos na Vila, apesar do tento anotado. “Fico feliz pelo gol, mas triste pelo empate. Pelo que fizemos no jogo, merecíamos a vitória”, reforçou o camisa 30 do Peixe. Os mandantes até tiveram mais volume e oportunidades, porém erraram bastante e não conseguiram marcar mais que uma bola na rede.

Já Alan Kardec, que entrou no segundo tempo, provou que pode brigar pela titularidade. “(O gol) Ajuda, sim (a brigar por lugar no time). Estou com a cabeça bastante tranquila. Fazia tempo que eu não marcava, então esse gol caiu bem”, comentou o camisa 14 são-paulino, que anotou seu primeiro gol no ano, em cabeçada indefensável para Vanderlei. Kardec também elogiou a entrega do Tricolor.

“A equipe lutou e se dedicou. Sabemos que o time precisa ganhar jogos importantes. Talvez o empate hoje não tenha sido tão ruim. Apesar do Santos ter jogadores fora (na Seleção), é uma equipe de qualidade. Então, valeu o empenho”, ressaltou.