A energia existente entre o Iron Maiden e o Brasil já provou ser bem especial. Desde os anos 1980, os roqueiros não deixam de trazer suas turnês para o País, que sempre os recebe de braços abertos para se divertir com o melhor heavy metal do planeta. O encerramento da viagem latino-americana de The Book Of Souls World Tour</CF> ocorreu na noite de sábado, no Allianz Parque, em São Paulo, onde cerca de 42.000 pessoas mostraram sua devoção ao grupo.

Para festejar com o público local, os britânicos trouxeram mais de 12 toneladas de equipamentos, entre cenários e luzes. Em uma espécie de altar antigo perdido na floresta montado no palco, a banda mostrou uma maturidade quase perfeita com seu som alto, pesado e extremamente preciso. A característica empolgação performática do vocalista Bruce Dickinson em cena chama a atenção a todo momento.

"Este é o último show da nossa turnê aqui no Brasil e guardamos o melhor para o fim", disse o líder da banda. "Há muito tempo, em 1985, viemos para o Brasil pela primeira vez em um grande show no Rio de Janeiro. Já tocamos em várias cidades, mas preciso dizer que vir aqui é diferente. São Paulo é o coração pulsante do metal brasileiro."

Parte do desafio do Iron Maiden ao longo dos anos é a montagem do repertório. É preciso encontrar uma estratégia capaz de recordar os grandes sucessos e apresentar faixas presentes no recente disco The Book Of Souls, lançado em setembro. A apresentação começou às 21h20 justamente com canções recentes, com destaque para If Eternity Should Fail e Speed of Light, fortes o bastante para dar o pontapé inicial. A música título chamou para o palco o tradicional boneco da caveira Eddie, mascote dos roqueiros.

Um dos destaques do passado foi a escolha de Children of the Damned, de 1982, pouco executada ao vivo pelo grupo. Entre os clássicos ainda estiveram The Trooper, Powerslave, The Number of The Beast e Wasted Years, esta última escolhida para finalizar as duas horas de apresentação. Para quem não entende parte da paixão dos fãs pelo grupo, basta ver a emoção espalhada pelo estádio durante Fear of The Dark, uma vez que Dickinson parece comandar um gigantesco culto em celebração ao metal.