Setecidades Titulo História de vida
Simão tem casa, trabalho e família

Um ano depois de ter sua história contada pelo Diário, ex-sem-teto de rua vive com cães no Maranhão e comemora aproximação do pai

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
15/03/2016 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Ex-morador de rua, Simão Pinheiro da Costa, 44 anos, hoje tem casa, trabalha como pedreiro e se reconciliou com o pai, que sequer conhecia. Há um ano, o Diário contou a história do então catador de recicláveis que vivia nas ruas de Santo André com seus três cachorros – Negão, Neguita e Marrom –, afastado da família há 26 anos. Atualmente ele vive em sua cidade natal Buriti Bravo, no Maranhão.

A história de Simão comoveu os leitores e, por meio da internet, chegou até sua família, que manifestou o desejo de reencontrá-lo. Com a ajuda da amiga Norma Elaine Pezzolo, 61, foi iniciada campanha de arrecadação que possibilitou o retorno de Simão em agosto.

Hoje ele trabalha como pedreiro junto com familiares, ganhando o equivalente a R$ 40 por dia. “Não é todo dia que consigo trabalho. Por exemplo, no mês passado foram 15 dias e neste mês, apenas uma semana. Mas não reclamo, a vida aqui é boa”, disse.

Apesar de os três cachorros terem feito boa viagem, Negão morreu de velhice no fim do ano passado, já que tinha aproximadamente 15 anos. Simão afirmou que ficou muito triste na época, mas que agora está mais conformado.

Ele vive em uma casa grande, de propriedade do tio. “Os cachorros gostam muito daqui. Na cidade todo mundo os conhece e a casa é tão grande que cada um tem um quarto. Difícil de pensar que há um ano eu dormia nas ruas.”

O sonho de voltar a estudar ainda não se concretizou. Ele afirmou que não conseguiu se matricular na EJA (Educação de Jovens e Adultos) devido à rotina inconstante do trabalho, mas que pretende fazer isso ainda neste ano.

Emocionado, ele destaca que entre as principais conquistas está o relacionamento com o seu pai, que ele não conhecia. O genitor tinha outra família e havia fugido assim que a mãe de Simão deu à luz. “Hoje ele vem aqui praticamente todo mês. Choramos muito quando nos encontramos, não tinha como ser diferente, mas o perdoei de coração. Tenho uma nova família.”

Mesmo bem instalado, ele afirma que sente saudades de Santo André e que um dia pretende voltar para rever os amigos. “Morar na rua nunca mais. Hoje tenho minhas dificuldades, mas vou seguindo.” 




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