Política Titulo Em ato pró-Lula
Sindicato vê como abusiva ação da PM em Diadema

Na noite de sexta, policiais invadiram reunião do PT em Piraporinha; SSP nega intimidação

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
13/03/2016 | 07:00
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Divulgação/Facebook


O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC criticou a ação da PM (Polícia Militar) que, na noite de sexta-feira, invadiu ato promovido pelo PT de Diadema em solidariedade ao ex-presidente Lula e ao ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), que há uma semana foram levados coercitivamente para prestarem depoimentos na 24ª fase da Operação Lava Jato. A SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) negou ter forçado entrada no local e fala em conotação política.

O encontro interno, realizado na subsede do Sindicato, localizada no bairro Piraporinha, foi marcado por militantes do PT de Diadema em apoio a Filippi e ao ex-presidente e para que o partido discutisse sobre os rumos da legenda na eleição de outubro. Presente no ato, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) relatou que PMs “armados com revólveres e metralhadora invadiram o local sem qualquer chamado, sem qualquer mandado, intimidando os presentes”.

“Essa ação remete à época da ditadura (militar, 1964-1985), onde o exército e a Polícia Militar invadiam ambientes, lares, sindicatos, sem mandados, prendendo e intimidando as pessoas. Não podemos tolerar tal arbitragem”, criticou o deputado, nas redes sociais.

Para o Sindicato, a ação da PM “colocou em risco a ordem pública”. “(A PM) Feriu o princípio constitucional da proporcionalidade, sem causa devida, violou os direitos e as garantias da intangibilidade dos locais particulares e da reunião das pessoas”, diz a nota da entidade.

A assessoria de imprensa da SSP alegou que “a PM foi informada de que haveria uma passeata em ruas públicas” e que “uma única viatura dirigiu-se ao local para verificar qual seria o trajeto, no intuito de providenciar a segurança dos manifestantes”. Nas fotos divulgadas na internet, porém, é possível ver mais de uma viatura, além de motos da PM. A SSP disse ainda repudiar “a errada conotação política” dada à ação e disse que policiais foram “hostilizados por várias pessoas presentes” no ato.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o ouvidor da PM, Júlio Cesar Neves, classificou o episódio como “risco à democracia”, e também fez alusão à ditadura militar. Neves assegurou que cobrará explicações da SSP. 




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