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Brasil volta a brilhar no pódio da F-1
Por Flavio Gomes
Especial para o Diário
30/07/2000 | 17:18
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Em grande estilo, Rubens Barrichello tirou domingo um peso de 123 GPs e quase nove anos sem vitórias de suas costas. O piloto da Ferrari venceu sua primeira corrida de Fórmula 1, entrou para a seleta galeria dos agora cinco brasileiros que já ganharam na categoria e mudou de turma. Desde domingo, Rubens Gonçalves Barrichello faz parte do grupo dos que vencem. E sao poucos, hoje em dia.

O GP da Alemanha entrará para a história, porém, nao apenas como aquele no qual um garoto nascido em Interlagos há 28 anos conseguiu sua primeira vitória, a corrida que viu uma espécie de bibelô dos companheiros de profissao chegando finalmente ao degrau mais alto de um pódio. A prova de Hockenheim entrará nos anais, sim, por ter consagrado um piloto cuja atuaçao pode ser comparada às de alguns dos maiores nomes das pistas de todos os tempos, como Ayrton Senna e Michael Schumacher.

Barrichello venceu depois de largar em 18º no grid. É uma façanha na F-1 atual. Foi a maior recuperaçao de um piloto rumo à vitória desde o triunfo de John Watson, em 83, que partiu em 22º e levou seu McLaren-Ford ao primeiro lugar no GP dos EUA/Oeste, em Long Beach.

Rubens definitivamente deixou de ser o Rubinho, na Alemanha. É o primeiro piloto nascido no Brasil a ganhar um GP de F-1 dirigindo o místico carro vermelho feito em Maranello, no norte da Itália. Deve o resultado a uma estratégia agressiva da equipe, de dois pit stops, a um doido que invadiu a pista (leia texto abaixo) forçando a entrada do safety-car, à chuva manhosa que caiu apenas em uma parte do circuito e, principalmente, à sua competência para pilotar no molhado mesmo com pneus para piso seco.

Nao se pode afirmar com certeza que a invasao da pista por parte do doido que protestava contra a montadora deu a vitória a Barrichello. Mas, certamente, ajudou.

Quando o sujeito apareceu ao lado da maior reta do circuito, colocando em risco sua vida e a de todos os pilotos, a prova estava mais ou menos desenhada para a McLaren. Mika Hakkinen, que largou muito bem e pulou de quarto para a liderança, era o primeiro, seguido de perto por David Coulthard. A prova estava na 25ªde suas 45 voltas.

Barrichello, que partiu da 18ªposiçao no grid, fazia uma corrida de recuperaçao, com o carro mais leve já que tinha uma estratégia de dois pit stops. Estava em quinto, já tendo parado uma vez na volta 17, colado em Pedro de La Rosa, da Arrows. Sua distância para Hakkinen quando o safety-car foi acionado, para que os fiscais removessem o maluco da pista, era de 34s154.

Barrichello deu o tiro certeiro quando começou a chover, na altura da 32ªvolta: ao contrário de boa parte dos que estavam na pista, decidiu ficar com pneus para piso seco, porque a água só atingia a regiao do estádio.

Quem se deu mal nas paradas durante a primeira entrada do safety-car foi Coulthard, que caiu de primeiro, após o pit stop de Hakkinen, para sexto. Depois, foi-se recuperando até chegar em terceiro, mas bem distante de seu companheiro de equipe. O safety-car seria acionado mais uma vez, na volta 30, depois de um acidente entre Jean Alesi e Pedro Paulo Diniz.

As últimas voltas da prova foram um show de habilidade de Barrichello, controlando seu carro sem cometer erros com pneus para pista seca no trecho muito molhado do estádio. Hakkinen, que fez seu segundo pit stop para colocar pneus de chuva, perdia muito tempo na Floresta Negra, no asfalto seco.

1. Rubens Barrichello (Brasil/Ferrari) os 307,125 km em 1 h 25:34.418 (média: 215,340 km/h)
2. Mika Hakkinen (Finlandia/McLaren-Mercedes) a 7.452

3. David Coulthard (GBR/McLaren-Mercedes) 21.168
4. Jenson Button (GBR/Williams-BMW) 22.685
5. Mika Salo (Finlandia/Sauber-Petronas) 27.112
6. Pedro de la Rosa (Espanha/Arrows-Supertec) 29.079
7. Ralf Schumacher (Alemanha/Williams-BMW) 30.897
8. Jacques Villeneuve (Canadá/BAR-Honda) 47.537
9. Jarno Trulli (Italia/Jordan-Mugen Honda) 50.901
10. Eddie Irvine (GBR/Jaguar-Cosworth) 1:19.664
11. Gastón Mazzacane (Argentina/Minardi-Ford) 1:29.551
12. Nick Heidfeld (Alemanha/Prost-Peugeot) a cinco voltas




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