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Teste do Pezinho só sai em quatro meses
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
11/12/2010 | 07:14
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O resultado do Teste do Pezinho pode levar até quatro meses para ficar pronto no Grande ABC. Segundo a presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo Regional ABC e professora de Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC, Simone Holzer o resultado, em média, deve chegar entre 30 a 40 dias.

Cerca de 1.000 testes são realizados por mês nas maternidades da região. O prazo de entrega do exame é maior em Santo André, que pode levar até 120 dias. Em agosto, o Diário publicou reportagem em que o resultado levava até três meses para chegar ao Hospital Estadual Mário Covas. Desde fevereiro, a Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Caetano deixou de ser habilitada pelo governo do Estado para fornecer os diagnósticos.

A médica gestora do Hospital Mário Covas, Eliane Terezinha Rocha Mendes, disse à equipe do Diário que a dificuldade é que o tempo do retorno dos exames está ultrapassando o prazo de 20 a 30 dias que a Apae levava para entregar.

As amostras de sangue dos recém-nascidos são colhidas nas maternidades e encaminhadas ao hospital, que as envia para análise ao Cipoi (Centro Integrado de Pesquisa Onco-Hematológicas da Infância), da Unicamp (Universidade de Campinas). Procurado, o Cipoi não retornou até o fechamento desta edição.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que os exames que apresentam patologia, logo que diagnosticados, o hospital já é informado para que entre em contato com a família. A secretaria ainda informou que os exames que não dão alteração demoram mais devido o grande fluxo.

Para Simone, o prazo do resultado é importante para iniciar o tratamento, caso seja diagnosticado alguma patologia. "Quanto mais precoce o diagnóstico, menor é a chance de a ter sequelas, já que o tratamento será mais eficiente", ressalta.

O Teste do Pezinho, realizado por meio de análise de gota de sangue dos bebês, serve para identificar infecções e doenças genéticas relacionadas a distúrbios de metabolismo. O sangue é armazenado sob forma de pequenas manchas num papel, que é para os testes laboratoriais.

O exame é gratuito e obrigatório em todo País. "O ideal é coletar o sangue 48 horas depois do nascimento do bebê, mas pode ser feito até o sétimo dia. Há dois tipos de exame, o básico e o ampliado, que é cobrado, e verifica mais de 45 doenças", explica. O exame identifica doenças que prejudicam desenvolvimento físico e mental.

Centro de referência pós-natal não tem data de inauguração

O centro de referência pós-natal de São Caetano que seria inaugurado em setembro, não tem data para ser aberto.

A Prefeitura informou em agosto que o local seria para concentrar os exames e o acompanhamento médico dos bebês que sejam diagnosticados com alguma doença na região. A Secretaria Estadual de Saúde informou que a cidade realizará o acompanhamento do diagnosticado. A documentação para a habilitação do serviço foi entregue ao Ministério da Saúde.

A Pasta ainda informou que a cidade não atende os requisitos para ser laboratório de análise do teste.

Em fevereiro, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Caetano deixou de fornecer o resultado do Teste do Pezinho - após a Prefeitura receber ofício do Ministério Público pedindo documentação sobre convênio.

A administração descobriu que a instituição realizava exames e tratamentos para moradores das regiões de Osasco e Guarujá.

Região oferece teste da orelinha gratuito

O teste Emissões Otoacústicas Evocadas - conhecido como Teste da Orelhinha - é outro exame obrigatório e gratuito que deve ser feito logo após o nascimento. É realizado entre o segundo e terceiro dia de vida. É colocado um fone no ouvido do bebê, acoplado a um computador que emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que estão sendo produzidas pela criança.

Prefeituras do Grande ABC oferecem o exame nas maternidades. Em média, são feitos cerca de 800, e o resultado sai no mesmo dia. Apenas Diadema ainda não realiza o exame auditivo na rede municipal. Segundo a administração o pedido do equipamento já foi aprovado e segue agora os trâmites necessários para a liberação do pedido. Enquanto isso, os exames são realizados no Hospital Serraria e o encaminhamento é feito pelo Centro de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde.

Em Mauá, o Hospital Radamés Nardini estava realizando a cotação da compra do equipamento, mas a Prefeitura não respondeu se já o adquiriu.




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