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Moradia compromete até 27% da renda
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
19/07/2011 | 07:15
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Manter uma casa não é tarefa fácil. Gastos com aluguel, alimentação, água, luz e telefone consomem 22% do orçamento da classe B – estrato social predominante no Grande ABC. Fatia de 47,5% das famílias estão dentro desse universo, que tem renda familiar entre R$ 2.501 e R$ 5.000. No caso da classe C, essas despesas são responsáveis por 27% da renda das famílias. Esse estrato social, que tem ganhos entre R$ 1.100 e R$ 2.500, representa 41,6% da população das sete cidades. Os dados integram estudo da Quorum Brasil, com base em entrevistas feitas com 400 mulheres.

Prestações (carnês de lojas, empréstimos e cartões) aparecem em segundo lugar no ranking de despesas familiares. Nesse item, mulheres pertencentes à classe C afirmam que dispõem de 21% do rendimento, enquanto que as trabalhadoras da classe B destinam 14% da renda ao pagamento de prestações.

Com esse resultado, a pesquisa mostra que, apesar da distribuição da renda ser similar para as mulheres de ambas classes sociais, o impacto é diferente. Na classe C, as pessoas são mais endividadas e, por isso, investem menos em Educação.

O professor do Centro de Política Social da Fundação Getulio Vargas, Marcelo Néri, explica que quando o orçamento aperta é natural que se priorize os gastos considerados básicos. No entanto, com a popularização do crédito, as famílias têm se endividado mais mediante pagamento de juros sob juros. “Com o dinheiro que se paga as caras parcelas atrasadas, as pessoas poderiam investir mais em Educação e Saúde, por exemplo”, aconselha.

O crédito farto, diz o professor, é o grande vilão dos orçamentos domésticos. Por outro lado, graças a ele, famílias pertencentes às classes menos favorecidas passaram a comprar mais eletroeletrônicos, carros e roupas.

O levantamento aponta ainda que as mulheres concentram as despesas familiares. Dessa forma, independentemente da classe social, a moradia, as prestações para melhoria de vida e a Educação levam 60% do dinheiro das famílias paulistanas. Investimento ainda é sinônimo de guardar na poupança e aplicar em ações passa longe dessas trabalhadoras.

Passear com a família, comer pizza no sábado à noite ou fazer churrasco de fim de semana são as principais atividades classes C e B. Shopping é sinônimo de lazer, mas também de despesa e, portanto, fica de lado como diversão e mais como modelo de compra.

Sobra pouco para o dentista, porque o plano de Saúde e o custo dos remédios levam tudo o que é destinado para a Saúde. E 60% das despesas com Educação estão nas prestações e em como chegar na escola, sobrando pouco para pesquisas, visitas a museus, ou qualquer complemento para o ensino.

 




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