Política Titulo São Bernardo
Marinho teve doação de preso na Zelotes

Petista de S.Bernardo recebeu contribuição do lobista Mauro Marcondes em 2008 e 2012

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/12/2015 | 07:00
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Divulgação


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), obteve doações de campanha do lobista Mauro Marcondes Machado, preso no fim de outubro na Operação Zelotes, da PF (Polícia Federal). Na última disputa eleitoral, de 2012, a Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa Ltda, conhecida no mercado como M&M, que tem o lobista no quadro societário, contribuiu para o projeto de reeleição do petista. A ajuda se deu por meio do comitê financeiro do PT. O valor foi simbólico, de R$ 25 mil, para auxiliar nas atividades do pleito municipal. Essa é a única doação oficial firmada pelo empresário.

Em 2008, Marcondes (pessoa física) doou diretamente para a corrida eleitoral de Marinho, quando o petista se candidatou pela primeira ao Paço são-bernardense. Ele despendeu a quantia de R$ 10 mil para a empreitada do ex-ministro da Previdência e do Trabalho. Em relatório, a inteligência da Receita Federal cita que Marcondes tinha “trânsito facilitado com outros (além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) agentes públicos, especialmente do PT”, o que pode ser verificado em rol de agendamento de reuniões de abril de 2013. Entre os listados está Marinho, incluído ao lado de Antônio Palocci (PT) e Aloizio Mercadante (PT).

O Ministério Público Federal denunciou, no domingo, à Justiça, 16 pessoas por envolvimento em negociação ilícita para aprovação de MPs (Medidas Provisórias), em Brasília. Entre os nomes aparece Marcondes, acusado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. O processo apura irregularidades cometidas entre 2005 e 2014, que causaram prejuízos aos cofres públicos. Junto à ação, a Promotoria pede reparação de R$ 879,5 milhões.

O procedimento envolve as empresas SGR Consultoria Empresarial Ltda e a Marcondes e Mautoni. “As duas organizações se uniram em 2009 para a prática de crimes, conforme revelaram as investigações”, cita texto elaborado pela promotoria. Não há prazo para a decisão. Na denúncia, os procuradores destacam que tanto a SGR quanto a M&M nada produzem. Os principais quadros ligados às duas empresas estão encarcerados de forma preventiva desde 26 de outubro.

Marinho não é investigado na operação. Em contrapartida, o prefeito é mencionado em algumas situações na investigação como um dos intermediários de Marcondes, ex-diretor de relações governamentais da Scania – com sede em São Bernardo – para compra dos caças suecos da Grippen, fabricados pela Saab, negociados pela FAB (Força Aérea Brasileira). O petista viajou durante o mandato à Suécia para analisar as aeronaves. A empresa estrangeira anunciou, no ano passado, investimento da ordem de US$ 150 milhões para montar, na cidade, fábrica de aeroestruturas.
Marinho não se manifestou sobre o caso. 




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