O laboratório suíço Roche quer um acordo com o Brasil. Um dia após o anúncio da retirada do queixa dos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a lei de patentes do Brasil, porta-vozes da empresa afirmaram que um acordo deverá ser concluído até o final de julho. “Vamos apresentar uma proposta e estamos otimistas que será aceita pelo governo brasileiro”, afirmou um dos porta-vozes do laboratório.

O ministro da Saúde, José Serra, deu um prazo até junho para que a Roche reduza o preço do remédio Nelfinavir, que representa 28% do coquetel para combate a Aids que o governo distribui para os doentes.

Se isso não ocorrer, o ministro garante que irá quebrar a patente da empresa suíça e produzir o remédio no país.

Juntamente com o remédio produzido pela Merck, o produto da Roche consome US$ 116 milhões, ou seja, 36% do orçamento que o Ministério da Saúde possui para o combate à Aids. A Roche já apresentou uma proposta de redução do preço em 13%. O governo, porém, não a aceitou e começou a preparar a Farmanguinhos para a produção do remédio.

Segundo Serra, o Brasil não pretende nem candidatar-se aos recursos nem contribuir financeiramente com um fundo internacional de combate à Aids, mas sim doar o seu know-how. A colaboração brasileira será anunciada por Serra hoje, em discurso na Assembléia Geral da ONU, em Nova York.