Dentre os principais hotéis de São Bernardo e Santo André, aquele que apostou em pacote promocional para tentar minimizar o prejuízo durante a entressafra do Carnaval se deu bem.

Nas duas cidades, as maiores do Grande ABC, as   possibilidades de atrair visitantes por meio do turismo são escassas. Por isso, o Quality Suítes, de Santo André, organizou pacotes promocionais de maneira a tentar conquistar clientes na própria região.

Desde a última sexta, o hotel mantém 40% de ocupação. É menos que a média de 60% em dias úteis, mas, segundo o gerente Roberto Ayres, o movimento seria bem mais fraco sem a promoção. No Carnaval 2004, o hotel alcançou somente 25% de ocupação.

Para o gerente Ayres, o aumento se deve ao aquecimento da economia regional e à oferta do pacote para o feriado. “A maioria dos hóspedes que estão aqui para o Carnaval mora na região e encontra no Quality uma maneira de sair da rotina e descansar. A ocupação foi boa para um período de Carnaval, quando muita gente sai da cidade”, avalia. Segundo ele, a área de lazer, com piscina, sauna e academia, é atrativo para os moradores locais.

Outros hotéis da região ficaram bem mais vazios. O Park Plaza Conference Center, de São Bernardo, conseguiu apenas 15% de ocupação neste Carnaval, o mesmo índice de 2004. Para os próximos feriados, o estabelecimento pretende lançar pacotes, a fim de incrementar o número de hóspedes. “Temos uma boa área de lazer e isso influencia muito. Acredito que poderemos ter sucesso ao lançar promoções”, afirma o gerente geral Clóvis Dal Castel.

Castel defende que o setor hoteleiro do Grande ABC se una para planejar formas de desenvolver o potencial turístico da região, que hoje recebe basicamente executivos. “As pessoas saem da região para o litoral ou Nordeste do Brasil porque no Grande ABC não existem atrativos. Antigamente, a Cidade das Crianças trazia muitos hóspedes para nosso hotel. Agora, como o local está em decadência e os brinquedos não são atualizados, caiu muito a procura pelo estabelecimento”, ressalta.

Em Santo André, o Plaza Mayor mantinha apenas 10% do espaço ocupado desde o início do feriado, mesmo percentual do Carnaval passado. “Não trabalhamos com pacotes porque nosso público é empresarial. Por mais que façamos promoções para conquistar clientes diferenciados, a região é carente de atrações turísticas e isso prejudica muito”, destaca o gerente financeiro Marcos Aurélio Coretti.

No Hotel Ibis, em Santo André, integrado à rede hoteleira Accor, são os mensalistas que garantiram a taxa de ocupação no patamar de 60%. “Não temos área de lazer, e a maioria dos nossos clientes são empresariais. O Carnaval é tradicionalmente uma época mais fraca. Muitos que estão aqui são executivos que não saíram da cidade”, avalia o trainee gerencial Renato Cyrino.