Setecidades Titulo Investimento
Santo André tem
R$ 23 mi para iluminação

Verba é 27% maior que em 2011, quando foram arrecadados
R$ 18 milhões; mesmo assim, ruas estão há semanas sem luz

Lukas Kenji
Especial para o Diário
26/01/2012 | 07:00
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A Prefeitura de Santo André prevê arrecadar neste ano 27% a mais de taxa da luz, em comparação com 2011. Ao longo de 2012, mais de R$ 23 milhões serão destinados a manter as ruas iluminadas, contra R$ 18 milhões do ano passado. Desde dezembro, o município assumiu temporariamente a função de manter os postes em pleno funcionamento, mas tem deixado vias completamente às escuras durante semanas.

O valor representa 1,26% do orçamento total previsto. A Contribuição para Iluminação Pública é cobrada pela AES Eletropaulo, concessionária que distribui a energia elétrica para a cidade. Os recursos são repassados à Prefeitura, que pode utilizar a verba para custear o serviço ou para contratar empresa que o faça. Santo André abriu licitação, mas não há prazo para a assinatura do contrato.

Enquanto isso, a administração reconhece a lentidão nos reparos, mas garante realizar mutirão para agilizar o atendimento às ocorrências.

A CIP vem discriminada na conta de luz e varia de acordo com o consumo. Segundo dados da AES Eletropaulo, o valor cobrado pode variar de R$ 2,24 a R$ 12,37. A Prefeitura pode isentar moradores de baixa renda do pagamento da taxa.

Parte da arrecadação da CIP é destinada ao Fundo Municipal de Iluminação Pública, que deve prestar serviços de fornecimento, manutenção e expansão da rede pela cidade. Na Rua Dardanelos, no Parque Novo Oratório, o valor está sendo pago em vão. Mesmo pagando a conta de luz regularmente, o securitário Antônio Martins, 61 anos, convive há mais de um mês com o breu em frente à sua casa.

"Me sinto ignorado. Trabalho para pagar minhas contas em dia, para ter meus direitos assegurados, mas não tenho retorno. Pago por nada e nem vou receber meu dinheiro de volta", reclama o morador.

O Procon de Santo André informou que não interfere em reclamações sobre falta de iluminação pública. A diretora da instituição, Ana Paula Satcheki, explica que serviços públicos pagos por meio de recolhimentos de impostos não podem ser multados. O munícipe que se sentir prejudicado pode recorrer ao Judiciário.

Quem enfrenta ruas escuras todos os dias se diz indignado. A insegurança é constante. Muitos se viram obrigados a mudar de rotina. A farmacêutica Jacqueline Polleti, 24, trocou o ônibus pela carona do pai para ir trabalhar. "Não vou mais ao ponto porque ele fica em uma rua escura. Tenho receio porque às 6h ainda não se enxerga nada."

O medo também fez com que a recepcionista Patrícia Pabst, 27, trocasse o trem pelo ônibus para voltar para casa, em Mauá. "Prefiro demorar mais para chegar do que passar pelo medo de ser assaltada."

Ausência de luz atrapalha trabalho da Polícia Militar 

A escuridão nas ruas de Santo André também está dificultando o trabalho da Policia Militar. "A falta de luz sempre atrapalha porque facilita a ação de marginais, que se aproveitam do problema para se esconder", afirmou o coronel José Belantone Filho, comandante interino da Polícia Militar do Grande ABC.

Segundo Belantone, quando os oficiais constatam falta de luz em alguma região, fazem o relatório e encaminham o documento para a Prefeitura, alertando sobre o problema.

"Vamos verificar todos estes locais que o Diário divulgou. As regiões que ainda não foram registradas a Prefeitura será comunicada pela Polícia Militar", garantiu o coronel. (Cadu Proieti)




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