Promessa da Polícia Militar Rodoviária era
que sistema fosse instalado no fim de 2014
Previsto para ser implantado no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) até dezembro do ano passado, o Programa Detecta chega ao fim de 2015 sem ao menos um radar em funcionamento nas rodovias. Anunciado como grande aposta para combater o crime, o sistema só deve iniciar outra fase de testes em 2016, durante a Operação Verão, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Conforme o capitão e chefe da divisão de Comunicação Social da PMR (Polícia Militar Rodoviária), Robison Pomilio, os trechos de serra do SAI motivaram a paralisação do projeto. “Durante a fase de testes do Detecta, tivemos problemas técnicos principalmente nessas áreas em decorrência da falta de comunicação. Os radares não recebiam informações do banco de dados, alguns não funcionavam, o que dificultou a implantação do sistema como um todo.”
Em novembro do ano passado o comandante da PMR, coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, afirmou ao Diário que a expectativa era que até o fim de 2014 os softwares do SAI seriam adaptados para receber o programa.
Tecnologia importada de Nova York, o Detecta é um sistema inteligente de monitoramento utilizado no combate ao crime. O software promove a integração de bancos de dados e câmeras de diferentes instituições para monitorar áreas específicas, veículos e suspeitos e auxiliar as polícias Civil e Militar. O equipamento também integra dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), de modo a possibilitar a realização de buscas por um determinado nome e localizar todas as ocorrências relacionadas em cada banco de dados.
“O sistema consegue identificar placas de veículos furtados ou roubados, independentemente de há quanto tempo o crime foi cometido. Quando o radar capta um desses casos, aciona a base mais próxima da Polícia Militar para averiguar essa ocorrência”, diz Pomilio.
Concessionária responsável pelo SAI, a Ecovias afirmou que ainda aguarda posicionamento da PMR sobre a instalação do sistema e que está à disposição das autoridades para auxiliar no que for possível.
Já a SSP disse que a implantação do sistema no SAI deve ocorrer na quarta etapa do Detecta, anunciada em outubro, que contará com circuito eletrônico desde o Litoral Sul, passando pelo Norte, até o Vale do Paraíba. “O Sistema Anchieta-Imigrantes fará parte desse circuito. Serão conectados o monitoramento dos municípios, câmeras OCRs e radares. Atualmente, estão sendo feitos estudos de compatibilidade de tecnologia. A fase de teste e de implantação começará durante a Operação Verão”, afirma a nota.
Referente às falhas do sistema comentadas pela PMR e o atraso da implantação, a SSP não se posicionou.
Programa já apresenta resultados em todo o Estado
Uma das principais apostas do governo do Estado para o combate ao crime, o Detecta já apresenta resultados positivos em locais em que o software já está instalado.
Neste ano, por exemplo, por meio do Detecta foi feita a apreensão de 488 quilos de cocaína na Marginal do Tietê. O alerta de um veículo suspeito foi enviado à PMR (Polícia Militar Rodoviária). Durante a abordagem, policiais chegaram até outro veículo, abandonado próximo ao irradiado pelo alerta, que escondia 458 tijolos de cocaína.
Atualmente, na terceira fase do projeto, foram integradas câmeras analíticas que permitem a emissão de alerta de padrões específicos, detectando e impedindo ações criminosas.
O sistema é utilizado pelos centros de operações da Polícia Civil, da PM e pelo Departamento de Inteligência, também da Civil. Hoje, o Detecta conta com 1.172 câmeras – 531 de videomonitoramento público e 641 OCRs, com sensores eletrônicos integrados ao seu banco de dados.
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