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Guarda leva facadas e evita roubo de fios em piscinão
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
03/05/2005 | 11:24
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O guarda municipal José Luís Antônio, 36 anos, foi esfaqueado na madrugada de segunda-feira ao evitar que os fios de cobre do piscinão da Vila Rosa, em São Bernardo, fossem roubados. Três assaltantes cortaram a fiação do pára-raios do reservatório onde a vítima faz vigilância. O guarda fazia patrulhamento quando flagrou os três. Dois fugiram e um terceiro lutou e esfaqueou o vigia.

Antônio estava desarmado, não usava colete à prova de balas e não portava radiocomunicador. O caso confirma as denúncias de sucateamento e inoperância da Guarda Municipal de São Bernardo, de acordo com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais) do município.

Casado, pai de dois filhos e trabalhando na corporação há cinco anos, às 2h30 de domingo o guarda percebeu a presença de três assaltantes no piscinão enquanto realizava o patrulhamento. Ao se aproximar dos ladrões, Antônio deu voz de prisão. Surpreendidos pela intervenção do guarda, dois deles fugiram correndo. O terceiro puxou uma faca que estava na cintura e foi em direção ao guarda.

Antônio e o ladrão começaram a brigar. O guarda levou facadas no rosto, barriga e mãos. Todas resultaram em perfurações superficiais. O corte foi mais profundo na perna esquerda,  região onde ele levou quatro pontos.

Depois de ferir o guarda, o assaltante fugiu sem levar os fios de cobre que havia cortado. Antônio foi até um telefone público e chamou uma ambulância. Foi medicado no Pronto-Socorro Municipal da cidade. Após sair do hospital, o guarda registrou a ocorrência no 3º DP de São Bernardo. O caso foi qualificado pelo delegado plantonista como tentativa de roubo seguida por lesão corporal dolosa (com intenção).

“Eu consegui evitar o assalto por puro instinto, mas corria o risco de ser assassinado. Não tinha nenhum equipamento de segurança. A Prefeitura não dá nenhum suporte para a gente trabalhar”, revolta-se Antônio, que ficará de licença médica nos próximos dias. “Foi a gota d‘água para mim. Não consigo mais trabalhar. Vou pedir afastamento por problemas psicológicos”, diz o guarda.

“Esse caso evidencia a falta de condições de trabalho e comprova tudo que denunciamos à reportagem (publicada domingo)”, afirma a presidente do Sindiserv de São Bernardo, Vânia Aparecida de Souza.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informa que o comando da Guarda Municipal está apurando as circunstâncias da ocorrência e alega que os piscinões não são considerados áreas de risco e, por isso, somente um guarda faz a segurança.

A Prefeitura de São Bernardo, por meio da assessoria, também diz que coletes e armas são para guardas que circulam nas viaturas. Acrescenta que radiocomunicador é aparelho comum a todos os guardas e que o funcionário agredido deveria esta portando um aparelho.



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