O Sindicato dos Bancários do ABC vai intensificar nesta semana campanha para contratação imediata de 300 novos funcionários nos bancos Santander Banespa e Caixa Econômica Federal. A entidade avalia que esse é o déficit atual nas agências do Grande ABC, que tem causado “sobrecarga em níveis insuportáveis”. O ofensiva terá apoio do Afubesp (Associação dos Funcionários do Grupo Santander) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A superintendência regional da Caixa informou por meio da assessoria de imprensa que está programada criação de novos postos de trabalho em 2005, como resultado da inauguração de cinco agências. O número de contratações, no entanto, não foi divulgado. A direção do Santander não informou qual é a posição da empresa em relação a campanha.

O presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Vagner de Castro, afirma que o processo de negociação já está em andamento. As superintendências dos dois bancos foram procuradas para que a questão fosse discutida. “Fomos levar a realidade sobre a falta de funcionários. Nesses bancos, o problema é o mesmo: excesso de trabalho, horas extras e poucos funcionários. Por isso, as conversas terão os mesmos critérios”, diz.

Na próxima sexta-feira, clientes e funcionários do Santander Banespa assinarão abaixo-assinado a ser encaminhado à direção da empresa. “Queremos despertar todos sobre a urgência dessa questão. Nessa fase de reivindicações, a participação de todos é essencial”.

Castro avalia que atualmente existe déficit de 100 funcionários nas 27 agências do Santander Banespa, que possui 477 empregados no Grande ABC. Por esta razão, o sindicato negociará contratação de 150 pessoas, incluída efetivação de parte dos 120 estagiários. “Partiremos de 100 funcionários. Esse é o número mínimo. A partir daí, precisamos conversar sobre a condição daqueles que hoje estão extremamente sobrecarregados.”

A situação das agências na Caixa também é crítica, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários. Isso porque o déficit chega a 200 funcionários e a inauguração de cinco novas agências neste ano poderá piorar a situação. “A Caixa está contratando, mas as novas vagas não surtiram efeito, já que os empregados foram diluídos em agências recém-inauguradas”, destacou Castro.

A superintendente da regional da Caixa no Grande ABC, Marjori Soraia Lopes Lucas de Oliveira, informou por meio da assessoria de imprensa que já existe um cronograma de contratação – a quantidade ainda não está definida – para este ano, juntamente com inaugurações de novas agências.

Marjori, no entanto, enfatiza que as contratações já começaram. Em reunião recente com o Sindicato dos Bancários do ABC, foi anunciada a abertura de 21 vagas no dia 15 deste mês.

Negociação – Enquanto se negocia criação de novas vagas, os sindicatos dos bancários se mobilizam contra a intenção do HSBC de abrir as agências de todo o país aos sábados a partir desta semana. O banco é o primeiro a funcionar das 9h às 18h e, agora, tenta ampliar o atendimento.

O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Luiz Cláudio Marcolino, afirma que a ofensiva é contra a decisão de ampliar o atendimento sem contratação de novos funcionários. “A proposta indignou toda a categoria. Por isso, deixamos bem claro à direção do banco que não aceitamos conversar sobre isso antes que eles se comprometam a contratar mais gente.”

A assessoria do HSBC informou que a empresa continuará a negociar com os sindicatos para que o sistema de abertura aos sábados seja implementado no país, a exemplo do que já acontece em outros países de atuação do banco, como China e México.

Além do HSBC, os sindicatos querem voltar a negociar com o Bradesco. A idéia recuperar o máximo possível de vagas fechadas em 2004 – foram 2 mil funcionários demitidos em todo o Brasil. “O Bradesco teve lucro recorde no ano passado, pouco mais de R$ 3 bilhões, mas, mesmo assim, demitiu muita gente”, garante Elson Marcos Siraque, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo.