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S.Bernardo quer menos acidentes
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
20/02/2006 | 07:51
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São Bernardo irá investir R$ 4,3 milhões em obras de segurança viária. O pacote faz parte do programa de reestruturação viária da cidade financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e prevê a instalação de gradis para evitar travessia de pedestres em locais perigosos, defensas em vias de grande fluxo de veículos, adequação geométrica de cruzamentos, e a construção de passarelas.

O projeto inclui ainda intervenções que asseguram a mobilidade de portadores de deficiências dentro da cidade. Será feito o rebaixamento de 800 guias para facilitar o vaievém de usuários de cadeira de rodas. As irregularidades das calçadas, como buracos e degraus, serão eliminadas. Também está prevista a instalação de 200 semáforos para travessia de pedestres com alerta sonoro para deficientes visuais.

O destaque do programa, no entanto, fica por conta das três passarelas que serão construídas na cidade. Duas ficam bastante próximas: no Km 16 da via Anchieta, perto do Extra, e na avenida Lions, ao lado da Termomecânica. A outra será construída no Centro de São Bernardo, na rua Jurubatuba, e aumentará a segurança dos pedestres que circulam entre o Poupatempo e o terminal de ônibus.

As duas travessias de pedestres que existem no trecho ficam a cerca de 30 metros da rua Nicolau Filizola, onde fica o Poupatempo e de onde parte a maioria dos pedestres que passam por lá. Resultado: poucos são os que se dão ao trabalho de seguir até a faixa de pedestres. É comum ver pedestres se esquivando de carros que passam pela Jurubatuba, um dos corredores de maior fluxo de São Bernardo.

Para incentivar os pedestres, a passarela terá dois diferenciais: escadas rolantes e elevadores que asseguram o acesso de portadores de deficiência física ao local. Essa será a única passarela equipada com esses diferenciais. As outras duas passagens, na via Anchieta e na Lions, serão tradicionais.

Para Nanci Schneider, integrante da comissão de trânsito da ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos) e gerente de segurança no trânsito da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo, obras que visam a redução de acidentes devem prever a melhoria da sinalização voltada para o pedestre. “A padronização evoluiu muito para o motorista, mas ainda deixa a desejar para quem anda a pé. Tem que haver um padrão que determine a distância correta entre faixas de travessia, porque o pedestre não vai andar 300 metros atrás de uma faixa. Quem anda a pé tem que sentir que em uma cidade o foco principal é ele e não o carro”, afirma a estudiosa.

Acidentes – Segundo dados da Prefeitura, São Bernardo registrou 6.766 acidentes em 2004. Foram 316 atropelamentos no período e quatro vítimas fatais. Os dados já foram mais preocupantes. Em 2002, por exemplo, a cidade registrou quase o dobro do número de acidentes. Foram 11.483 ocorrências, que deixaram um saldo de 507 atropelamentos e seis mortos.

A estimativa apresentada pelo município, no entanto, difere da levantada pela Polícia Militar, responsável pelo registro de ocorrências de trânsito na cidade. Segundo a PM, a tendência não é de queda, mas de alta de 12,3%, no comparativo do número de acidentes ocorridos entre 2002 e 2004.

As duas fontes de dados, no entanto, concordam que os corredores mais críticos estão na região central da cidade, que concentra hoje fluxo intenso de veículos. Na lista, aparecem avenidas como Lucas Nogueira Garcez, Pereira Barreto, Marechal Deodoro, Piraporinha e Taboão.



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