A taxa básica de juros da economia, a Selic, deve ser mantida em 19,75% ao ano "por um período suficientemente longo de tempo", conforme revela a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira. Em sua última reunião, o grupo entendeu ser desnecessária uma nova elevação da taxa, já que o atual patamar é "capaz de proporcionar condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória das metas".

O Copom adverte, porém, que caso seja verificada uma "exacerbação de riscos" — ou seja, uma aceleração da inflação —, a política monetária "será prontamente adequada às circunstâncias".

Na ata, o grupo avalia que o ciclo de aumento dos juros, iniciado em setembro de 2004, se fez sentir nos resultados da inflação nos primeiros meses do ano. O Copom destaca o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de maio, que depois de três meses consecutivos de elevação, recuou para 0,49% (ante alta de 0,87% em abril), a maior redução desde outubro de 2003.

O documento afirma ainda que a atividade econômica deverá continuar em expansão nos próximos meses, "mas a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação".