Há 20 anos, a festa é a mesma em dia de jogo do Brasil na Copa. O Bar do Massao, que fica no Rudge Ramos, em São Bernardo, existe desde 1965, mas a partir do Mundial de 1990 virou parada obrigatória para ver os jogos da Seleção.

"Quando abriu, era mercearia. Por isso não tinha essa coisa de ver jogos. Mas aí o pessoal começou a vir mais aqui e agora é bar. Já virou tradição. Todo mundo corre para cá", explicou o dono do bar, Massao Oshiro, 68 anos, filho de japoneses, mas que nasceu no Brasil e sempre torceu para a Seleção Canarinho.

"Meus pais vieram do Japão ainda novos e sempre preferiram o Brasil. Aí eu segui o caminho deles na torcida", contou.

O horário dos dois primeiros confrontos brasileiros na África, ambos às 15h30, favorecem a bagunça neste ano. Os primeiros fanáticos chegam às 9h e quando passa do meio-dia, a festa já está quase completa.

São torcedores de todas as idades, de crianças até idosos, vestidos de verde e amarelo, com chapéus coloridos e vuvuzelas nas mãos, concentrados em volta da churrasqueira. Foi assim ontem, durante o duelo contra a Costa do Marfim.

"Neste ano está um pouco mais cheio. Gosto dessa agitação. Todos se conhecem e já chegam me cumprimentando. Prefiro ver o jogo com bastante gente do que torcer sozinho em casa", comentou Massao.

PAPO SÉRIO - O que não pode faltar são as apostas sobre os resultados. E no Massao, os palpites não são brincadeira e também já viraram tradição. O Mundial da África é o quinto que tem bolão organizado entre os moradores do bairro.

"Qualquer um participa, independentemente da idade ou do time. Aqui é todo mundo amigo, por isso que é gostoso", disse Valmir Loureiro de Melo, 49 anos, que frequenta o bar há mais de 15.

As apostas valem para todos os jogos, e não só para os da Seleção. Em uma das paredes, fica pendurado o ranking que indica quem está na frente. "O pessoal vem todos os dias para ver quem acertou e quem errou. Eles competem e levam a sério, mas no fim, tiram o sarro um do outro", contou Massao.