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Vereadores de Diadema reajustam próprios salários

Parlamentares acrescem em 7% seus vencimentos
poucos dias depois de Lauro colocar fim à paralisação

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
01/05/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Quatro dias após o governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), encerrar greve de 13 dias com os servidores, que contestavam duramente a proposta de reajuste salarial de 3,5%, os vereadores diademenses aprovaram ontem, de forma unânime, acréscimo de 7% em seus vencimentos. O valor bruto dos rendimentos saltará de R$ 9.525,33 a R$ 10.192,10.

Em grave crise financeira e com a folha de pagamento beirando o limite máximo da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), a administração verde teve de criar estratégia orçamentária para aumentar a proposta e terminar a paralisação. Foi oferecido reajuste de 7,89%, divididos em seis parcelas. O percentual foi mínimo exigido nas negociações e está condicionado ainda à melhora na arrecadação municipal: se não houver mais dinheiro em caixa, a quantia será menor.

De autoria da mesa diretora do Legislativo, a proposta de majoração salarial parlamentar foi lida em urgência, acrescentando que o aumento nos holerites também ocorrerá aos funcionários da Casa. Os novos números são retroativos a 1º de abril – ou seja, os contracheques deste mês virão com a diferença do mês anterior.

A partir de agora, o Legislativo gastará R$ 214 mil por mês com os salários dos vereadores. O impacto mensal é de R$ 12,6 mil com o reajuste – quantia chega a R$ 151,2 mil a mais por ano.

Vereador oposicionista, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), defendeu a matéria, garantindo que subsídio respeitou impactos financeiros. “Não há qualquer anormalidade, tendo em vista que buscamos honrar os compromissos. O aumento foi estudado”, alegou.

Presidente da Casa, José Dourado (PSDB) justificou que o acréscimo obedeceu margem segura no Orçamento, salientando independência do Legislativo na adoção de medidas financeiras, muito embora as despesas do Parlamento sejam custeadas pelo Executivo.

“São dois poderes independentes. Conseguimos encontrar um percentual que garantisse elevação satisfatória e que não impactasse a Casa. Enquanto o prefeito buscou, com muito esforço, encontrar maneira de conseguir aumento para os servidores”, afirmou Dourado.

Em relação à remuneração parlamentar, o presidente da Casa defendeu a categoria, assegurando que a mudança salarial foi “sensata”. “Estamos muito preocupados com a situação econômica e por isso fizemos um reajuste que acompanhou o dos funcionários da Casa. Não seguimos a elevação dos deputados federais, embora tivéssemos esse direito. Trabalhamos com responsabilidade.”

O tucano argumentou que a cidade é uma das poucas que não buscaram aumento de cadeiras – pelo crescimento habitacional, Diadema poderia ter 23 vereadores em vez dos 21 atuais assentos. “Essa é uma situação (aumento de cadeiras) que muitos parlamentos acabaram ignorando. Nós mantivemos coerência e cautela para seguir com nossos atividades.” 




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