O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT) defendeu nessa semana a revisão da Carta do ABC, documento com oito prioridades entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua primeira visita oficial à região, em março de 2003. "Formulamos acordo com o governo federal que precisa dar uma reavaliada dentro do Consórcio. Mas tivemos conquistas importantes", disse Avamileno na última terça-feira, após a primeira reunião da coordenação executiva da Câmara Regional.

O assunto poderá ser tema do próximo encontro dos sete prefeitos, marcado para a primeira semana de maio. Avamileno faz coro com o prefeito de Diadema, José de Fillipi Júnior, também petista, que defendeu a revisão da Carta. Os prefeitos devem incluir novas prioridades regionais no documento, mas ainda não há pontos específicos a serem citados.

Avamileno esteve com o presidente Lula na última segunda-feira, durante a homenagem ao presidente pelos 30 anos de sua eleição como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O prefeito afirma que durante o encontro não houve tempo para tratar de assuntos regionais. "Não houve nada mais do que isso até porque o evento acabou quase nove horas e não houve tempo para discutir nada." Avamileno avalia que a relação dos municípios do Grande ABC com o atual governo federal está muito melhor do que durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso. "Está ótimo. Talvez não esteja atingindo o máximo que nós queremos, mas sem dúvida nenhuma está atendendo às nossas expectativas. Está bem melhor do que o governo anterior. O Lula esteve diversos momentos aqui presente."

Em dois anos de mandato, Lula concluiu a realização de dois itens: a instalação de um posto avançado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o reconhecimento institucional do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

O governo federal colocou outros quatro itens em andamento: a construção de um sistema coletor de esgotos para afastamento de efluentes hídricos das áreas de mananciais; construção do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, que corta a região; ampliação do Pólo Petroquímico de Capuava, que dependia de um acordo para que a Petrobras fornecesse matéria-prima; e implementação da Universidade Federal do ABC, cuja lei foi aprovada, mas ainda depende de uma série de negociações com o Ministério da Educação. Ainda estão na gaveta duas outras propostas: a construção do Ferroanel e o apoio federal à criação de um sistema regional de segurança pública.