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Álcool está ligado a metade das agressões domésticas
Emerson Coelho
Do Diário do Grande ABC
15/12/2008 | 07:00
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O álcool está associado a 50% dos casos de violência doméstica. Foi o que apontou uma pesquisa realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) envolvendo 7.939 residências em 108 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, incluindo Santo André, São Bernardo e Diadema.

"O estudo mostrou que a gravidade das agressões é maior quando há ingestão da droga", disse o psicólogo Arilton Martins Fonseca, responsável pela pesquisa, que foi tese de seu mestrado.

Fonseca afirma que independentemente dos sinais de embriaguez, os agressores são, em sua maioria, homens. E quando o álcool está associado a essas situações, o sexo masculino responde por 90% dos casos de violência doméstica.

Dados do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) da Unifesp com apoio da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), mostram que o álcool é a droga lícita mais utilizada no Brasil, com estimativa de 74,6% de uso e 12,3% de dependência.

Dos pesquisados, 34,9% relataram algum episódio violento, destes, 17,4% tinham ingestão de álcool associada. Dos agressores alcoolizados, 61,4% têm entre 31 e 59 anos, e apenas 11,4% procuraram ajuda para diminuir ou parar de usar a droga. O dado mais alarmante do levantamento é que 86,4% das mulheres que são vítimas de agressores embriagados não buscam apoio ou ajuda de serviços especializados.

Procurar ajuda nesses casos é um obstáculo a ser superado. A delegada Vera Carvalho de Souza, da Delegacia da Mulher de Santo André, afirma que de cada dez casos de vítimas que buscam apoio policial por estarem sendo agredidas, pelo menos sete dizem que seus companheiros consomem álcool.

"Muitos dos casos que atendemos são ocasionados por causa do problema com alcoolismo. Nós damos orientação e às vezes encaminhamos essa mulher para o Vem Maria, instituição da Prefeitura que faz triagem para o abrigo", disse Vera.

Os motivos das agressões, segundo a delegada, são o excesso de ciúme e a desconfiança por achar que a companheira tem outro homem. A orientação para mulheres que estejam sendo agredidas é que procurem a delegacia mais próxima.




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