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Petistas vão atrás de comissões
Fabrício Calado
Especial para o Diário
16/02/2005 | 13:57
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A próxima missão dos cansados e abatidos deputados federais do PT visa a ocupação de espaços que ainda não foram preenchidos pelos membros da oposição nas comissões internas na Câmara Federal. Com a perda da presidência da Casa para o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que derrotou o candidato do Palácio do Planalto, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), a saída para o partido garantir a governabilidade é obter a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e de outras comissões igualmente importantes na condução de projetos. “Temos de tentar ocupar esses espaços”, afirma o deputado Wagner Rubinelli (PT).

O PT e os integrantes da base de sustentação não têm nenhum cargo na Mesa Diretora da Câmara. O mais próximo disso é a 4ªSecretaria, que deverá ser ocupada pelos deputados Edmar Moreira (MG) ou João Caldas (AL), ambos do PL. Haverá eleição em segundo turno às 15h de quarta-feira para escolher o integrante.

Apesar da derrota, em avaliação da base aliada e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a governabilidade não deve ficar comprometida. “Não haverá oposição ao governo porque o PP (do novo presidente da Câmara) já havia sido convidado para participar da base aliada”, lembra o deputado Edinho Montemor (PL).

Outras avaliações apontam que a derrota de terça-feira poderia ter sido maior ainda para o presidente Lula caso um dos oposicionistas José Carlos Aleluia (PFL-BA) ou Jair Bolsonaro (PFL-RJ) vencesse. “Foi a maior derrota que o governo sofreu até agora na Câmara”, diz o deputado Edinho Montemor (PL). No PT, não é outra a avaliação. “Foi ruim para o PT, é ruim para a Câmara e para o Brasil”, lamenta Wagner Rubinelli.

A base do governo tem no novo presidente da Câmara um semi-aliado, já que o PP foi assediado pelo governo em passado recente. Chegou-se até a cogitar a ida do líder da sigla na Casa, Pedro Henry (PP-MT), para um cargo no primeiro escalão do governo. “Severino é deputado com muito tempo de experiência, acho que vai fortalecer o Legislativo”, avalia Montemor.

“Acho que a escolha do candidato não ajudou, e a dissidência dentro do PT deu margem para que acontecesse (a derrota)”, analisa Edinho Montemor. Na opinião do liberal, caso o PT tivesse optado pela candidatura de Arlindo Chinaglia ou de algum outro deputado com melhor trânsito na Casa do que Greenhalgh, teria ganhado a disputa tranqüilamente. Demais deputados federais do PT com base na região, Professor Luizinho, Vicentinho Paulo da Silva e Ivan Valente, não retornaram as ligações da reportagem.



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