Política Titulo Alterações
Laércio pede mudança no trato do PT com aliados
Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
26/12/2011 | 07:11
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Orlando Filho/DGABC


Personagem central da saída do PT da presidência da Câmara de Diadema após dez anos, o vereador Laércio Soares (PCdoB) alertou que, se a sigla do prefeito Mário Reali (PT) não mudar o tratamento com os aliados, alterações profundas - como aconteceu no comando do Legislativo - podem se repetir na eleição de 2012.

"O tratamento do PT com os parceiros é muito abaixo pela força dos aliados. Não tenho dúvida que o PT só ganha a eleição em 2012 se tiver composição de contemplação dos partidos aliados. Se houver descontentamento a ponto de saírem partidos da base o PT corre risco", afirmou o comunista.

Tradicionalmente, o PT não abria espaço para aliados na composição principal do governo. Até 2004, disputava o pleito municipal com chapa exclusivamente petista. Teve de mudar a postura em 2008, quando aceitou o ex-prefeito Gilson Menezes (à época no PSC, hoje PSB) como vice de Reali. Mas, ainda assim, partidos governistas criticam a falta de inserção no primeiro escalão da administração.

Para Laércio, a projeção da candidatura do vereador Lauro Michels (PV) trouxe novos ingredientes para a eleição e, até por isso, o PT precisaria mudar conceitos do arco de alianças. "Há sensação do novo na cidade e as pessoas veem a candidatura do PV como algo novo. Dependendo da tendência pode fazer diferença grande na eleição. Uma coisa é o PT ir para o segundo turno com o José Augusto (PSDB, tradicional rival do PT em Diadema). Outra é ir com o PV. Tem de fazer essa avaliação com pé no chão, ver qual papel os partidos aliados terão. Uma coisa é ser aliado e ter compromisso com a administração, ter compromisso com o projeto. Outra coisa é ser aliado apenas por ser melhor para você no momento. No PCdoB, por exemplo, temos divergências quanto a isso."

O presidente da Câmara, no entanto, acredita que Reali manterá grande quantidade de partidos no bloco governista por conta da "lealdade", principalmente com o deputado federal José de Filippi Júnior (PT), padrinho político do chefe do Executivo.

"Qualquer outro prefeito não terminaria o mandato sem expor as fragilidades que encontrou no governo anterior e poderia transferir isso para o ex-prefeito. Ele demonstrou lealdade e isso o ajuda na construção do projeto para 2012."

FINANÇAS

Laércio afirmou que, desde que assumiu a presidência da Casa, adotou regime de economia. Até para preparar o terreno financeiro para receber quatro novos vereadores e 28 assessores legislativos a partir de 2013. Mas disse que não abrirá mão dos recursos que a Câmara tem direito - até 2010, presidentes dos Legislativos aceitavam reduzir a transferência de verba para auxiliar as finanças do Executivo. "Não vou ficar fazendo mais economia que faço para dar dinheiro para o Executivo. Quem deve é o Executivo para o Legislativo, não o contrário."




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