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Américo Del Corto, ilustre cidadão ribeirãopirense
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
20/03/2011 | 07:00
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Oleiro, motorista de caminhão, músico, fotógrafo, relojoeiro, poeta, escritor, colecionador, compositor, dançarino, ribeiraopirense. Ah! Radialista. "Nove horas e sete minutos em Ribeirão Pires, nosso horário oficial de Brasília. E agora a rádio Pérolas da Serra adentra sua casa sem pedir licença para apresentar o Programa Reminiscências."

Américo Del Corto entra em ação no estúdio da rádio Pérolas da Serra, em Ribeirão Pires. O vigor do senhor de 89 anos é de dar inveja a muito radialista novo na profissão. Seu Américo fica à vontade diante do microfone: veste bermuda cáqui e camiseta verde-água onde se pode ler Programa Reminiscências.

É na rádio que relembra histórias da cidade que viu nascer. A casa em que seu Américo vive desde 1923 fica na Avenida Francisco Monteiro, no Centro. Da janela, observou a cidade se tornar Ribeirão Pires em 1954, quando foi emancipada de Santo André. Recorda-se do barulho dos carros de leite puxados por bois com sinos no pescoço --blem, blem, blem -, e dos homens que vendiam bananas de porta em porta.

O som de cidade interiorana foi substituído pelo barulho dos automóveis e ônibus que percorrem o asfalto quente de uma das principais avenidas do município. Mas da porta do número 1.244 para dentro, o visitante sente como se voltasse no tempo.

Seu Américo guarda muito do passado de Ribeirão Pires em sua própria casa, que transformou em museu. Canecas, lápis, jornais, caixas de fósforo, moedas e notas, fotos, poemas e até um exemplar do curso de português por correspondência que fez após a conclusão do antigo ginásio. Tudo remete ao passado que ele faz questão de reviver.

 

REMINISCÊNCIAS

Descansando em uma das prateleiras de madeira há também algo que seu Américo guarda com carinho de criador. As páginas do livro Reminiscências: Ribeirão Pires que vi e vivi são fáceis de ser vencidas. De narrativa leve, solta e mais preocupada em registrar as histórias que trazê-las em português estritamente correto, a publicação é o projeto de vida de seu Américo. "Comecei a fazer minhas memórias quando ganhei minha primeira máquina de escrever, lá pelos idos de 1963", conta.

Só 43 anos depois as páginas se tornariam o livro do qual seu Américo tanto se orgulha. "A história dessa cidade é a minha. Por isso, quis contá-la aos jovens, para que não morresse", resume. E nada melhor que prestar-lhe uma homenagem também no aniversário da cidade que ele viu nascer. Parabéns Ribeirão! E parabéns, seu Américo.




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