Política Titulo Eleição interna
Maranhão será escolhido hoje presidente do Consórcio

Prefeito de Rio Grande tem bênção de Marinho para dirigir entidade após petista ver barrado desejo do 3º mandato

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/01/2015 | 07:44
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), será escolhido hoje como novo presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. A eleição interna está marcada para as 9h, na primeira reunião do colegiado de 2015.

Maranhão vai substituir Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, que por pouco não alterou o estatuto da entidade para ter terceiro mandato consecutivo. Comenta-se nos corredores do grupo que Maranhão, em processo de expulsão do PSDB, terá cargo- tampão, obedecendo às orientações de Marinho e aguardando pelo retorno do petista em 2016.

O perfil de Maranhão pesou favoravelmente em pequena concorrência interna com Carlos Grana (PT), de Santo André. O petista andreense estava cotado, mas tinha avisado que queria imprimir seu ritmo à frente do Consórcio no ano em que devem chegar à conta da entidade dos prefeitos as primeiras parcelas de verba prometida em 2013 pela presidente Dilma Rousseff (PT).

O alinhamento entre Maranhão e Marinho será tamanho que poucos cargos comissionados serão trocados pelo tucano. Há acerto verbal pela continuidade, por exemplo, de Luís Paulo Bresciani como secretário-executivo do Consórcio, responsável pela gerência da instituição regional.

Em novembro, o Diário revelou movimentação nos bastidores de Marinho para alterar dispositivos do estatuto do colegiado para ficar terceiro ano subsequente como presidente do órgão. O petista corria contra o tempo porque, além do apoio dos colegas, necessitaria de aprovação das sete Câmaras da região.

Reunião extraordinária foi convocada para o dia 19 de novembro para sacramentar a mudança estatutária. Mas Marinho recuou, justificando que “convicções democráticas” o impediam de trocar a regra do jogo em andamento.

“Fui convocado pelos seis prefeitos, que colocaram o desejo de que devêssemos mudar o estatuto para que pudesse ter o direito de concorrer ao terceiro mandato consecutivo. Quero registrar o meu agradecimento, de coração, aos companheiros. No entanto, minhas convicções democráticas me impedem de ser candidato novamente”, discorreu o petista, à época.

Na última reunião de 2014, em dezembro, Maranhão foi o único prefeito a ficar ao lado do ainda presidente do Consórcio durante entrevista aos jornalistas. Embora tenha negado, foi ali que a eleição do tucano foi encaminhada. O prefeito de Rio Grande da Serra chegou a dizer que era “honra” sentar-se à esquerda de Marinho.

Maranhão não retornou aos contatos da equipe do Diário para comentar o caso.

CONTRAPARTIDA
O mandato de Maranhão deve render trunfos políticos ao tucano no futuro. Prestes a ser expulso do partido por ter apoiado – no primeiro e no segundo turnos – a presidente Dilma Rousseff em detrimento da candidatura tucana do senador Aécio Neves, Maranhão está próximo de costurar com o petismo regional a retirada de projeto majoritário do PT em Rio Grande da Serra em 2016.

Coordenador regional do PT, Claudinho da Geladeira foi rival de Maranhão nas urnas em 2012. O ex-vereador petista só está na função por indicação de Marinho, que já mandou emissários avisarem Claudinho que não defenderá candidatura da sigla no município.

Caso Maranhão seja expulso, Marinho deve apresentar leque de opções de siglas aliadas ao PT para filiação do prefeito. Isso encaminharia apoio da legenda à reeleição de Maranhão.




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